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Bolsonaro confirma Copa América 2021 no Brasil, mas críticos esperam reação do STF

Anúncio foi feito pelo presidente em evento de saúde, onde também confirmou Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso como sedes do torneio, que deverá acontecer em junho e julho

Bolsonaro presenciou evento com patrocinador do Comitê Olímpico Brasileiro nesta terça, 1 de junho.
Bolsonaro presenciou evento com patrocinador do Comitê Olímpico Brasileiro nesta terça, 1 de junho.EVARISTO SA (AFP)
Diogo Magri
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Brazil's President Jair Bolsonaro looks on a mobile phone of the Head of the Secretariat of Government of the Presidency Luiz Eduardo Ramos after attending a launching ceremony of the New Credit of the Housing by settlers at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil, September 30, 2020. REUTERS/Ueslei Marcelino
Após repercussão negativa, Governo agora diz que Copa América no Brasil “não é certa”
(FILES) In this file photo taken on July 07, 2019, Brazilian President Jair Bolsonaro holds the Copa America trophy as members of the Brazilian national team celebrates after winning the title by defeating Peru in the final match of the football tournament at Maracana Stadium in Rio de Janeiro, Brazil. - With two weeks to kickoff, South America's CONMEBOL football federation on May 31, 2021 moved the Copa America 2021 to Brazil after stripping Argentina of matches amid a Covid-19 surge, and co-host Colombia due to social unrest. (Photo by Carl DE SOUZA / AFP)
“Copa América no Brasil é inaceitável para a saúde pública e pode impulsionar a terceira onda”

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O Governo federal confirmou, na tarde desta terça-feira (1), que o Brasil sediará a edição de 2021 da Copa América. O presidente Jair Bolsonaro fez o anúncio em evento sobre a transferência de tecnologia para a produção da vacina contra a covid-19 pela AstraZeneca, no qual também acrescentou que quatro Estados sedes já estão definidos para abrigar o evento: Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás. Um quinto Estado, segundo ele, “chegou atrasado” na hora de confirmar, mas não foi revelado o nome e nem se entrará ou não na conta. Após o anúncio do presidente, o ministro da Casa Civil Luiz Eduardo Ramos comemorou no Twitter: “Venceu a coerência! O Brasil não poderia virar as costas para um campeonato tradicional como este”. Ramos foi quem, nesta segunda, contrariou a Conmebol —que já havia divulgado a sede— ao dizer que o martelo ainda não havia sido batido. Até o momento, não foram divulgados calendário e tabela de jogos da competição que, se seguir as datas originais, começará em 13 de junho.

Na manhã desta terça, Bolsonaro já havia dito que “no que depender de mim e de todos os ministros, inclusive o ministro da Saúde, já está acertado, haverá Copa América no Brasil” a um grupo de apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, onde também confirmou que foi consultado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na segunda sobre a possibilidade, conversou com os ministros responsáveis e deu a resposta positiva.

Na mesma conversa com apoiadores, Bolsonaro atribuiu as críticas à realização do torneio à Rede Globo, que não tem os direitos de transmissão do torneio (ele será transmitido pelo SBT no Brasil). “Está havendo a [Copa] Sul-Americana. Começa também na sexta-feira as Eliminatórias da Copa do Mundo”, afirmou. A resposta vem após posicionamentos contundentes de narradores esportivos da emissora contra a Copa América no Brasil. Galvão Bueno, por exemplo, abriu seu programa semanal no canal fechado SporTV dizendo que pede “a Deus que alguém tenha uma crise de bom senso e que essa loucura não aconteça”.

As críticas, no entanto, não foram exclusivas de funcionários da Globo. Desde que a Conmebol anunciou a realização do evento no Brasil, às 11h desta segunda (31) —inclusive agradecendo nominalmente a Bolsonaro e a CBF por topar o evento, tanto em declarações institucionais como em publicações feitas pelo presidente da entidade, Alejandro Domínguez, em seu Twitter—, o debate acerca da postura do Governo em topar sediar um torneio de futebol de proporções continentais, no momento em que o país já vê uma nova escalada de contágios da covid-19, que já vitimou mais de 460.000 brasileiros e caminha para a terceira onda, tomou conta das redes sociais e chegou até Brasília. Senadores membros da CPI da Pandemia protocolaram um pedido para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, comparecer ao Senado para justificar a decisão, e deputados entraram com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a competição. O mesmo fez o oposicionista PT, que culminou num despacho do ministro Ricardo Lewandowski requisitando informações à Presidência da República sobre a realização do torneio.

Em meio ao debate sobre quais cidades estariam aptas a receberam as partidas, governadores de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Minas Gerais anunciaram de antemão que proibiriam a Copa América em seus Estados caso sejam consultados. João Doria, governador de São Paulo, por outro lado afirmou que “não faria objeção” caso seu Estado seja escolhido. Porém, após o anúncio das quatro sedes, o tucano disse ter voltado atrás. “Comuniquei ao secretário-geral da CBF [Walter Feldman] que São Paulo não deverá sediar a Copa América. Após ampla consulta aos membros do Centro de Contingência, concluímos que representaria uma má sinalização do arrefecimento no controle da transmissão do coronavírus”, publicou em seu Twitter.

A CBF ainda não se manifestou sobre o assunto. A única atitude da confederação foi cancelar as entrevistas coletivas de segunda e terça, que seriam dadas por jogadores da seleção brasileira em Teresópolis, onde a equipe de Tite treina e se concentra para seus próximos compromissos. Rogério Caboclo tem na agenda um evento com um patrocinador da seleção nesta terça, mas não deve responder perguntas.

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