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Morre Bernie Madoff, o grande golpista de Wall Street

O financista de 82 anos cometeu fraudes de mais de 64 bilhões de dólares graças ao esquema de pirâmide que dirigiu durante 45 anos. Morreu em uma prisão na Carolina do Norte

Bernard Madoff chegando a um tribunal de Nova York em 2009.
Bernard Madoff chegando a um tribunal de Nova York em 2009.
María Antonia Sánchez-Vallejo
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Ruth Madoff, em sua casa de Old Greenwich (Connecticut).
A modesta vida de Ruth Madoff
Bernard Madoff antes de ser condenado.
Morre o filho mais novo do fraudador Bernard Madoff
Bernard Madoff, a la seva arribada a un jutjat de Nova York el març del 2009. / AP
Liquidante de Madoff recupera mais de 10 bilhões de dólares

As autoridades penitenciárias dos Estados Unidos confirmaram a morte do financista Bernie Madoff em uma prisão federal em Butner (Carolina do Norte), aos 82 anos. O homem que durante décadas dirigiu o maior esquema de pirâmide da história de Wall Street tinha problemas de saúde que o levaram a pedir clemência em fevereiro de 2020. “Depois de mais de dez anos atrás das grades e com menos de 18 meses de vida pela frente, Madoff pede humildemente a este tribunal um mínimo de compaixão”, escreveu seu advogado, Brandon Samples, em 5 de fevereiro de 2020, em um pedido encaminhado ao Distrito Sul de Nova York. Em vão.

Foi condenado a 150 anos de prisão em 2009 por fraudar 64,8 bilhões de dólares (cerca de 367,75 bilhões de reais) pelas artimanhas do chamado esquema Ponzi, ou esquema de pirâmide. Entre suas milhares de vítimas estão pessoas físicas, jurídicas, fundos de investimento e de pensão e organizações humanitárias. Também os atores Kevin Bacon, Kyra Sedgwick e John Malkovich; o jogador de beisebol Sandy Koufax e uma organização de caridade associada ao diretor de cinema Steven Spielberg. Os donos do time de beisebol New York Mets, velhos clientes de Madoff, tiveram de lutar durante anos para manter a equipe devido às perdas financeiras provocadas pelo investimento que fizeram no esquema fraudulento de Madoff.

A Fundação do prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel perdeu mais de 15 milhões de dólares. “Acreditávamos que era Deus, colocamos tudo nas mãos dele”, disse Wiesel em 2009.

Aquele que durante décadas foi sinônimo de sucesso nas finanças, cujo nome sempre estará associado à crise financeira de 2008, confessou à família as fraudes que cometeu durante 45 anos. Seu império desmoronou, mas também sua vida familiar: seu filho mais velho cometeu suicídio e o segundo e mais novo morreu de câncer. Sua esposa não vai mais vê-lo na prisão e suas noras e netos mudaram de sobrenome. Todos tentam reconstruir suas vidas longe da tóxica marca Madoff.

Duas semanas depois da confissão do golpista, ele e sua esposa, Ruth Madoff, tentaram suicidar-se em sua cobertura em Manhattan, segundo ela contou em uma entrevista ao The New York Times. Durante os primeiros dois anos de prisão pela fraude, Ruth visitou na prisão aquele que foi seu marido durante 60 anos. No entanto, isso mudou em 10 de dezembro de 2010, no segundo aniversário da prisão do golpista.

Mark Madoff, o filho mais velho do casal, foi encontrado enforcado em sua residência no Soho. Em um quarto vizinho estava seu filho de 22 meses. Por volta das quatro da manhã, Mark enviou dois e-mails para a esposa, Stephanie Madoff, que estava viajando. Em um disse que a amava e no outro pediu que enviasse alguém para cuidar do bebê. O advogado de Mark afirmou que ele “sucumbiu à pressão”. As visitas de Ruth Madoff à prisão terminaram naquele dia.

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