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Latam pede recuperação judicial nos Estados Unidos

Principais acionistas injetarão 900 milhões de dólares na companhia e procuram novos investidores e ajudas públicas

Um avião da Latam.
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Police officers are seen in front of Laranjeiras Palace, Rio de Janeiro Governor Wilson Witzel's residence during a corruption investigation involving the use of public money destined to fight the coronavirus disease (COVID-19) outbreak in Rio de Janeiro, Brazil, May 26, 2020. REUTERS/Pilar Olivares
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BRA300. SÃO PAULO (BRASIL), 24/04/2020.- Transeúntes se desplazan por una calle peatonal este viernes, en Sao Paulo (Brasil). Sao Paulo, epicentro de la pandemia en Brasil, cumple este viernes un mes en cuarentena y ya ha comenzado a planificar la reapertura "gradual" de su economía a partir del 11 de mayo, pese a que las muertes y contagios aceleran y el país todavía no ha alcanzado el pico. EFE/ Fernando Bizerra Jr.
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Keeping their distance from one another, people wait in line to receive a plate of spaghetti outside a church that works as a soup kitchen during a government-ordered lockdown to curb the spread of COVID-19 in Buenos Aires' outskirts, Argentina, Thursday, May 21, 2020. (AP Photo/Natacha Pisarenko)
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A Latam, maior companhia aérea da América Latina, pediu recuperação judicial nesta terça-feira nos Estados Unidos, devido à drástica queda da atividade causada pela pandemia do coronavírus, conforme anunciou a empresa em um comunicado. A empresa chileno-brasileira recorre à lei de falências dos EUA (Artigo 11) com o objetivo de se reorganizar e redimensionar conforme as novas condições de demanda depois da pandemia. Afirma para isso contar com o apoio de seus principais acionistas, que injetarão 900 milhões de dólares (4,8 bilhões de reais). No mês passado, a companhia disse que tinha reduzido suas operações em 95% devido à crise sanitária global, e no começo de maio anunciou centenas de demissões.

Segundo o comunicado da empresa, submetem-se aos mecanismos do artigo 11 tanto a matriz, Latam Airlines Group S.A, com ações negociadas nas Bolsas de Nova York e Santiago, e suas filiais no Chile, Peru, Colômbia, Equador e EUA, para iniciar “um processo voluntário de reorganização e reestruturação de sua dívida”. O artigo 11 da Lei de Falências permite que uma empresa sem condições de pagar suas dívidas se reestruture sem a pressão dos credores. A intenção da Latam, prossegue a nota, é “trabalhar com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida e obter novas fontes de financiamento, dando-lhe as ferramentas para transformar o grupo de acordo com esta nova realidade”.

A companhia aérea acrescentou que continuará voando enquanto o processo durar e “honrará” as passagens, milhas e outros benefícios já adquiridos por clientes, assim como garante o pagamento de fornecedores “nos prazos e formas” estipulados, assim como os salários de seus funcionários. Em 2019, a empresa transportou 74 milhões e passageiros, 5,4 milhões a mais que em 2018, com 145 destinos em 26 países, com um total de 1.400 voos diários.

A Latam diz já ter assegurado o apoio financeiro de seus principais acionistas, as famílias Cueto e Amaro, proprietárias das empresas LAN (chilena) e TAM (brasileira), cuja fusão deu origem ao grupo, e da Qatar Airways. Juntos, injetarão 900 milhões de dólares para assumir parte da dívida. Além disso, a companhia afirma que “na medida em que a lei permitir” está aberta à entrada de novos acionistas e conta com 1,3 bilhão de dólares em caixa para fazer frente à situação. Também afirma que negocia com os Governos do Chile, Brasil, Colômbia e Peru para procurar seu apoio financeiro e continuar funcionando.

“Perante a maior crise na história da aviação, e tendo analisado todas as alternativas disponíveis para assegurar a sustentabilidade do grupo, a diretoria aprovou este caminho para o futuro. Assim como nos adaptamos a novas realidades que surgiram no passado, confiamos em que a Latam poderá ser bem-sucedida, no contexto pós-covid-19, em continuar servindo à América Latina e conectando a região ao mundo”, afirma em nota Ignacio Cueto, presidente do conselho de administração. A crise da covid-19 “mudou a indústria com vistas ao futuro”, acrescenta o executivo-chefe Roberto Alvo. "Temos o olhar voltado para um futuro pós-covid-19 e estamos focados em transformar o grupo para adaptá-lo a uma nova forma de voar, onde a saúde e a segurança de nossos passageiros e colaboradores sejam os objetivos primordiais”, acrescenta.

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