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Rolling Stones lançam uma música inédita, ‘Living in the heart of love’, para promover turnê

O grupo, que retoma apresentações nos Estados Unidos em setembro, incluirá a música na reedição de seu álbum ‘Tattoo You’, de 1981

Mick Jagger e Keith Richards em San Francisco em outubro de 1981, durante a turnê do álbum 'Tattoo You'.
Mick Jagger e Keith Richards em San Francisco em outubro de 1981, durante a turnê do álbum 'Tattoo You'.Rocky Widner (FilmMagic)
Carlos Marcos
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Não há mês, quase que desde o seu nascimento, no início dos anos sessenta, em que os Rolling Stones não espalhem alguma novidade. Ou eles estão se apresentando, ou editam novas canções, ou reeditam discos... Alguns dias atrás, o grupo de Mick Jagger e Keith Richards anunciou que eles estão retomando a turnê No Filter no final de setembro de 2021, e, agora, lançam uma música inédita para aquecer a reedição do álbum de 1981 Tattoo You. Chama-se Living in the heart of love, um rock no qual Jagger uiva: “Estou tentando tanto ser seu amante, estou tentando tanto ...”. A música, composta pelo conjunto Jagger/Richards, começa com os lugares comuns que os Stonians tanto apreciam: o riff de guitarra de Richards até a bateria de Charlie Watts entrar e tudo começar a se cristalizar naquele identificável rock and roll sujo. Menção especial ao piano de Nicky Hopkins, que soa por baixo de toda a música. Esta será uma das nove inéditas que envolverão a reedição do álbum, anunciada para 22 de outubro.

Muitos fãs consideram Tattoo You o último grande álbum dos Stones. Talvez estejam certos. Os exigentes apontam que se deve voltar mais, até Some Girls, de 1978. A verdade é que o grupo só lançou seis álbuns com canções originais desde 1981. Seis em 40 anos. Muito ao vivo e um digno álbum de versões de blues, Blue & Lonesome, em 2016.

A relevância de Tattoo You vai além das canções: a turnê de apresentação do álbum marcou o retorno da banda aos shows em estádios. Outro fato relevante sobre Tattoo You: inclui o último grande clássico da banda, Start me up, tocado desde então nos recitais dos ingleses. O surpreendente desse trabalho é que ele é feito de recados, canções descartadas de gravações de anos atrás que iam tomando forma para completar o álbum. Dentro do medidor de relações ruins entre Jagger e Richards, esta vez é listada como uma das mais críticas. A falta de comunicação entre eles impediu o processo criativo. Mas a máquina não para, então eles abriram a gaveta das músicas inacabadas e puseram mãos à obra... Cada um na cabine de controle, quase sem se falar. Foi na turnê subsequente que eles pararam de se juntar a um único microfone para cantar, uma imagem mítica em seus shows dos anos setenta.

Outra das canções inéditas dos nove anunciados será um cover de uma gravação do bluesman Jimmy Reed (o favorito de Neil Young), Shame, shame, hame. A música já foi tocada em show especial, como você pode ver neste vídeo. Outro é o soul Drift away. Todas são gravações que os seguidores têm ouvido em edições piratas e que com alguma paciência podem ser encontradas em plataformas como o YouTube. A versão oficial deve vir com um som melhor.

As novidades do grupo também são voltadas para a turnê pelos Estados Unidos, que começará no dia 26 de setembro em St. Louis e terminará, após 13 datas, em Austin, no dia 20 de novembro. Será a primeira rodada de apresentações de estrelas para grandes públicos após o rastro de suspensões devido à pandemia. Mas o retorno é agridoce, já que o silencioso e cativante Charlie Watts não estará com suas baquetas por motivos médicos. “Hoje aceitei, seguindo o conselho dos especialistas, que isso vai demorar um pouco. Pela primeira vez, meus tempos têm estado um pouco fora do lugar “, comentou Watts, que não pensa em deixar o grupo, apesar de sempre ser o mais desdenhoso em se tratando de turnês e de ser o mais velho, aos 80 anos. O toque de seu pulso, sempre imponente, em sua simples bateria fará falta. Mas o show, nos Stones, deve continuar sempre...

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