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Morre aos 53 anos o ator indiano Irrfan Khan, de ‘As aventuras de Pi’ e ‘Quem quer ser um milionário’

O artista, um dos primeiros de Bollywood a consolidar sua carreira nos EUA, tinha câncer

O ator Irrfan Khan em uma imagem de 2015.
O ator Irrfan Khan em uma imagem de 2015.Pramod Thakur

O ator Irrfan Khan, conhecido por filmes como Quem quer ser um milionário, As aventuras de Pi e Jurassic world, morreu nesta quarta-feira aos 53 anos em um hospital de Mumbai, vítima de um tumor neuroendócrino diagnosticado em 2018. O artista foi um dos primeiros indianos a consolidarem uma carreira cinematográfica fora de seu país, seguindo o rastro de Saeed Jaffrey, Roshan Seth e Om Puri.

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Há dois anos, Khan anunciou sua doença em um comunicado em que se mostrava esperançado, expressava a intensidade da dor e refletia sobre a incerteza na vida. O texto teve grande repercussão nas redes sociais, também inundadas nesta quarta-feira por mensagens de luto de seus colegas de profissão. “A vida não tem nenhuma obrigação de nos dar o que esperamos”, escrevia ele naquele texto, citando uma frase de Margaret Mitchell. Depois de iniciar o tratamento, o ator conseguiu inclusive atuar em um último filme, Angrezi medium, cujo lançamento estava previsto para maio, mas foi adiado por causa da pandemia do coronavírus.

Khan, cujo nome completo era Saahabzaade Irfan Ali Khan, nasceu em Jaipur, em 1966. Filho de um vendedor de pneus, tentou ser jogador de críquete, fracassou, e então entrou para uma escola de teatro. Em 1988, aos 22 anos, atuou no filme Salaam bombay!, de Mira Naar, embora nesta primeira fase de sua carreira tenha trabalhado sobretudo como ator de televisão. “Entrei nesta indústria para contar histórias e fazer cinema, e fiquei preso na televisão”, disse ao The Guardian em 2013.

O primeiro contato com o cinema ocidental foi em 2002. O britânico Asif Kapadia dirigiu na Índia seu primeiro longa-metragem, The Warrior, uma produção de baixo orçamento com enredo sobre samurais, que ganhou o Bafta de melhor filme britânico e foi selecionado para o festival de San Sebastián, na Espanha. Esse sucesso abriu as portas ao mundo do cinema para Khan também em seu país, onde frequentemente interpretava policiais e vilões, como em Maqbool (2003), uma adaptação de Macbeth, de William Shakespeare, ambientada em Mumbai.

Irrfan Khan, Dev Patel, Freida Pinto e Anil Kapoor Screen, elenco de 'Quem quer ser um milionário', no Screen Actors Awards de 2009.
Irrfan Khan, Dev Patel, Freida Pinto e Anil Kapoor Screen, elenco de 'Quem quer ser um milionário', no Screen Actors Awards de 2009.PAUL BUCK (EFE)

Paralelamente, no cinema anglo-americano aparece como delegado de polícia em O Preço da coragem (2007), de Michael Winterbottom, e em um papel semelhante em Quem quer ser um milionário? (2008), o filme de Danny Boyle que triunfou no Oscar de 2009 com oito estatuetas. Khan se afirmou rapidamente em Hollywood e participou de filmes de alto orçamento, com O espetacular homem-aranha (2012), Jurassic world (2015), Inferno (2016) e As aventuras de Pi (2012), em que interpretou a versão adulta do protagonista, Dev Patel. Wes Anderson escreveu para ele um pequeno papel em Viagem a Darjeeling (2007).

Khan, que deixa mulher e dois filhos, apareceu na versão em hindi de O livro da selva (2016). Um de seus sucessos mais importantes em Bollywood foi The launchbox (2013), em que interpreta um contabilista que estabelece um romance epistolar com uma dona de casa infeliz, seguido por outros papéis célebres na comédia Piku (2015) e Hindi medium (2017). Em 2013, ganhou o Prêmio Nacional de Cinema da Índia por seu papel principal em Paan Singh Tomar (2012), um filme biográfico sobre um atleta destacado que se transforma em bandido.

Seu agente confirmou sua morte “cercado do seu amor, da sua família, pela qual mais se preocupou. Foi para a morada do céu, deixando um verdadeiro legado próprio. Todos nós oramos e esperamos que ele esteja em paz”. E também recebeu mensagens de apreço nas redes sociais, como o do superastro Amitabh Bachchan, que trabalhou com ele em Piku: “Um talento incrível, um colega amável, um colaborador prolífico para o mundo do cinema. Deixou-nos cedo demais, criando um grande vazio”.

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