Com piora no câncer, Bruno Covas é intubado em UTI para tratar sangramento no sistema digestivo
Prefeito de São Paulo havia anunciado a licença do cargo neste domingo (2) pelo agravamento da doença que começou na cárdia e se espalhou para fígado e ossos
O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas, 41 anos, foi submetido nesta segunda-feira (3) a uma “intubação oro-traqueal” na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Segundo boletim médico divulgado pelo hospital, o procedimento foi feito para tratar de um sangramento no sistema digestivo, onde Covas tem um tumor desde 2019. No último domingo (2), o político já havia anunciado sua licença da Prefeitura por um mês em razão do agravamento de sua doença, o que deixa a maior cidade do país nas mãos de seu vice, Ricardo Nunes (MDB).
O boletim médico do Sírio Libanês também informa que o sangramento no tumor inicial foi identificado após a realização de “exames de sangue, de imagens e endoscópico, com o objetivo de prosseguir o tratamento quimioterápico e imunoterápico”. Covas está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer e pelo Prof. Dr. Roberto Kalil Filho.
O prefeito foi diagnosticado com câncer na cárdia (ligação entre o esôfago e o estômago) em outubro de 2019, um ano e meio após assumir a Prefeitura em razão da candidatura de João Doria ao Governo de São Paulo, em 2018. Covas foi eleito como vice de Doria no pleito municipal de 2016. Sem se afastar do cargo e sendo transparente sobre sua doença, o tucano chegou a dormir por quase três meses na prefeitura durante o início da pandemia, como relatou à repórter Marina Rossi, para diminuir as chances de contágio pela doença e continuar ativo no cargo público. Foi infectado pela covid-19 em junho de 2020, da qual se recuperou rapidamente.
Uma melhora em seu quadro clínico o permitiu concorrer e vencer as eleições municipais em novembro de 2020, derrotando Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno. Foram oito sessões de quimioterapia até fevereiro, quando informou que a doença voltou a piorar —se espalhou para o fígado e os ossos de Covas. Foi internado no dia 15 de abril, para um novo tratamento de quimio e imunoterapia, e teve alta no dia 27. Agora, pela primeira vez, se licenciou da Prefeitura.
Ao comunicar que ficaria 30 dias afastado, Covas escreveu em suas redes sociais que tem seguido “à risca as orientações da equipe médica” e vinha trabalhando de casa nos últimos dias. “Mas, agora, diante dos novos focos da doença, meu corpo está exigindo que eu dedique mais tempo ao tratamento, que entra em uma fase muito rigorosa”, ressaltou ele. Boulos e Márcio França, adversários nas últimas eleições, Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, e João Doria, governador de São Paulo e padrinho político do tucano, estiveram entre os que desejaram publicamente melhoras ao prefeito.
Ao menos pelo próximo mês, São Paulo fica sob o comando de Ricardo Nunes, advogado e empresário que começou sua vida política como vereador em 2012. “Tenho convicção que nosso vice e nossa equipe de secretarias manterão a cidade no rumo certo, cumprindo nosso programa de metas e plano de Governo, priorizando o combate à pandemia e seus efeitos”, diz Covas em sua mensagem. Nunes apareceu pouco na campanha política do prefeito por ter seu nome envolvido em uma série de escândalos, de agressão a uma ex-mulher (que posteriormente mudou a versão e negou ter sido vítima de violência) até corrupção envolvendo empresas da família.
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