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Tribuna
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

O drama ritual da morte para os Sanöma

Por meio do processo de “relembrar para esquecer”, a cerimônia funerária do subgrupo Yanomami pretende destruir as marcas do morto, esquecê-lo, apagá-lo

Foto de 1974 retrata o 'reahu', outro ritual tradicional indígena Yanomami. Imagem faz parte da famosa série da fotógrafa Claudia Andujar na região amazônica.
Foto de 1974 retrata o 'reahu', outro ritual tradicional indígena Yanomami. Imagem faz parte da famosa série da fotógrafa Claudia Andujar na região amazônica.Claudia Andujar

Nota da colunista Eliane Brum | O melhor antídoto para a violência é o conhecimento que permite compreender uma outra forma de viver. Para que o desespero das mães dos bebês Sanöma mortos em Boa Vista, no Estado de Roraima, no contexto da pandemia de covid-19, possa ser entendido em profundidade, o EL PAÍS publica trechos de um artigo da antropóloga Sílvia Guimarães, professora da Universidade de Brasília (UnB):

No alto rio Auaris, onde vivem os Samöma, subgrupo Yanomami, a morte toma dimensões de “dramas sociais”. Por serem quase todas provocadas intencionalmente por alguém ou alguma criatura da floresta, as mortes que não resultaram de uma briga de fato expõem e reatualizam intensamente entre choros, mexericos e discursos irados os conflitos acumulados entre o morto e inimigos ou os perigos inerentes às criaturas da floresta. Os parentes do morto, ao procurar o culpado para realizar a vingança, buscam-no na história de vida do falecido, quando rememoram os atritos e embates em que se envolveu. Os xamãs, com o auxílio dos seus seres auxiliares, identificam o agressor e lançam a culpa em grupos longínquos, evitando, assim, a proximidade da vingança e [garantindo] o fim dessas lembranças.

[…]

A escritora Virginia Woolf, em seu escrito autobiográfico “A sketch of the past” (1939-1940), discorre sobre como a memória guarda momentos excepcionais da vida, momentos em que a pessoa recebe um golpe ou choque violento, que terminam num estado de acabrunhamento ou de júbilo. São momentos plenos do ser que quebram a monotonia do cotidiano sempre igual, um não ser. No dia a dia, vive-se de modo quase inconsciente, numa rotina quase mecânica. Assim, a proporção de momentos de não ser é muito maior e a pessoa se perde no mero caminhar, no olhar sem ver, na rotina do que apenas precisa ser feito. Mas, nos picos da existência, a exaltação toma o lugar da mesmice e a pessoa vive intensamente.

Essa descrição da memória feita por Woolf, pautada por momentos de ser e não ser, é inspiradora para se pensar a construção da biografia do morto Sanöma. Os Sanöma parecem viver esses “momentos de ser” de grande intensidade para, em seguida, adentrarem o itinerário habitual. Nessas situações, eles estão expostos a uma avalanche de significados que se acumulam e se esvaziam à maneira de Woolf, sem a proteção da rotina, entregues a experiências extremas, que só podem ser vividas em momentos relativamente esparsos e curtos. São ápices de plenitude individual e/ou coletiva. Esses momentos são relembrados na dor da morte e na busca do seu causador, compondo a biografia da pessoa falecida.

No entanto, no caso dos Sanöma, compor essa biografia, retratar esses “momentos de ser”, significa recompor a corporalidade do morto que, por meio da cerimônia funerária, deve ser destruída. Assim, para esquecer o morto e afastá-lo do convívio social, é necessário re-apresentá-lo, para depois destruí-lo. [...] Pois bem, relembrar os feitos do morto, as interações que manteve e os sentimentos provindos dessas interações significa pessoalizar aquele que, ao longo da cerimônia funerária, deverá ser transformado em morto.

Por meio do processo de “relembrar para esquecer”, a cerimônia funerária pretende destruir as marcas do morto, esquecê-lo, apagá-lo e, ao mesmo tempo, criar exaustivamente sua pessoalidade, a singularidade de sua corporalidade.

[…]

Mais informações
Crianças do povo Sanöma, que vive na Terra Indígena Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela.
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A dupla ameaça para os povos da Amazônia

No caso dos Sanöma de Auaris, a cerimônia funerária se desenvolve de acordo com a sequência ritual descrita a seguir. O início do luto é marcado por lamentações fúnebres dos parentes próximos. A maioria das mulheres reúne-se na casa do morto, chora em louvor a ele e lamenta a falta que ele faz. Mulheres relacionadas ao morto correm pelas casas com seus pertences, cantando em tom de lamúria: “Piza wai, piza wai, uuu. Iba de, iba de. Piza wei, piza wei, uuu” (Meu filho, meu filho, o meu, o meu, meu filho, meu filho). Parentes e afins corresidentes, todos ao mesmo tempo, em prantos, jogam-se sobre o corpo, aglutinam-se ao seu redor, sentam-se na rede em que ele está, passam a mão por todo o seu corpo. Mais discretos do que as mulheres, os homens aproximam-se do morto e tocam-no mais levemente. Homens adultos fazem discursos coléricos, pedindo vingança, as mulheres reforçam. Pintam a face do morto de vermelho e colocam-lhe penugem de pássaros. Os pertences do morto —miçangas, roupas, espingarda ou zarabatanas— são dispostos sobre ou próximo a ele.

Jovens partem em busca de parentes que não estão na aldeia, mas envolvidos em atividades nas proximidades, para contar o ocorrido. O corpo deve ser cremado, e um consanguíneo, pai ou irmão mais velho, é o responsável pela cremação, que deve acontecer durante o dia. Assim, a pira é preparada no início da manhã, pois o corpo leva um dia inteiro para queimar totalmente. Irmãos do morto e aliados corresidentes ateiam a pira. [...] As mães mandam seus filhos se afastarem no momento da cremação. Pessoas mais distantes do morto pintam a área abaixo do nariz com pasta vermelha de urucum para evitar a aspiração da fumaça deletéria do cadáver queimado, pois poderia provocar sonhos com o morto.

Com o corpo na pira funerária, os cantos fúnebres se intensificam, as pessoas choram ao redor da fogueira. Algumas ficam em pé, outras de cócoras com a cabeça entre os braços. Algumas mulheres se aproximam muito do fogo. Os homens seguram seus arcos e flechas e choram com as armas em punho. Com o passar do tempo, todos ficam de cócoras e o pranto diminui. Os mesmo homens que dispuseram o corpo na pira levantam-no um pouco para colocar mais lenha embaixo dele. Um irmão do morto raspa a terra onde estava a rede com o cadáver e onde pingava o líquido que saía do morto e joga-a no fogo.

Todos os pertences do morto devem ser queimados. Se o defunto é um homem importante, sua casa deve ser queimada. O nome, que já era sigiloso quando vivo, agora deve ser esquecido por todos, como parte do conjunto de operações destinadas a apagar suas “marcas”. Tudo o que tem a ver com a pessoa, que faz parte de sua essência, de sua corporalidade, deve ser dissipado, assim como o cadáver.

Quando a fogueira diminui, as pessoas começam a retornar para suas casas. A cremação leva o dia inteiro e, no final da tarde, só restaram pequenos pedaços de ossos e madeira carbonizados. Todos que estiveram na cremação tomam um banho, retiram do corpo qualquer substância letal que a fumaça pudesse ter, com exceção dos pais e outras pessoas muito próximas, que, muito tristes, apenas lavam as mãos para não contaminar os alimentos. Tomam banho no dia seguinte.

Alguns ossos são coletados por uma mulher próxima ao morto com a ajuda dos homens que realizaram a cremação. Essa operação continua no dia seguinte, quando os restos da fogueira e dos ossos estão frios e mais fáceis de ser manipulados. Remexem as cinzas com varas de madeira em busca de fragmentos. Há uma trituração preliminar dos ossos para guardá-los em um recipiente, que é envolvido em folhas e guardado dentro de um pequeno cesto, que é posto sobre um jirau acima do fogo doméstico dos parentes do morto.

As noites que se seguem à cremação são tomadas de pranto, as parentas mais velhas do morto cortam o cabelo bem curto e choram com suas faces enegrecidas e, chorando, fazem suas lides, como buscar lenha ou água. Por alguns dias, os consanguíneos do morto devem permanecer nas proximidades da aldeia. Não podem caçar, jogar futebol, ou trabalhar, pois o seu interior está muito triste, precisam chorar.

[...]

Com os ossos carbonizados e guardados, os Sanöma devem preparar a cerimônia de pulverização e feitura das cinzas. O enlutado principal deve fazer uma grande roça, especialmente de bananas, pois os visitantes que virão para a cerimônia funerária devem ser recebidos com fartura de alimentos. Os preparativos são discutidos em reuniões das quais quase toda a aldeia participa, mas, geralmente, são os homens adultos que dominam as discussões.

Depois dessas reuniões, que podem durar alguns meses, acontecem sessões xamanísticas diurnas que pretendem descobrir quem foi o agressor do morto. Os xamãs devem perguntar aos seres auxiliares quem foi culpado e, assim, tentam colocar fim às especulações e suspeitas que recaem sobre desafetos do morto, alguns deles pessoas muito próximas do grupo.

Geralmente, o xamã lança a culpa em um inimigo longínquo, o que requer a realização de vingança por meios xamanísticos ou de procedimentos mágicos.

Após essas reuniões seguidas de sessões xamanísticas, os preparativos do sabonomo tomam um novo ímpeto. Meses depois da cremação, quando as roças estão maduras, mensageiros partem para convidar os aliados. Semanas mais tarde, eles chegam às imediações da aldeia onde acontecerá o sabonomo e montam um acampamento, onde se preparam para fazer uma entrada cerimonial na comunidade dos anfitriões. Enquanto isso, os anfitriões limpam um terreno onde recepcionarão os visitantes.

Na manhã seguinte, homens e mulheres do grupo dos visitantes e dos anfitriões pintam-se, põem colares de miçangas, salpicam penugem pelo corpo, amarram braceletes com cauda de tucano. As mulheres se enfeitam com suas tangas de miçangas, brincos, colares e outros enfeites, apanham folhas de palmeira com que dançarão. Os anfitriões, também enfeitados, aguardam no pátio a entrada dos visitantes; em um grande círculo, cantam e dançam, segurando seus arcos e flechas.

O primeiro visitante a entrar no pátio é um homem importante (pata de) que para, estático, apoiado em suas armas, e aguarda o seu par, outro pata de do grupo dos anfitriões, para realizar o diálogo cerimonial. Então, recitam sobre como foi a viagem, se vêm em paz, são amigos, reafirmam a tristeza que sentem com a morte que ocorreu. Enquanto o diálogo acontece, vários homens do grupo dos anfitriões envolvem a dupla, ouvem-nos e aguardam o desfecho, quando todos gritam, levantando suas armas. Uma mulher traz chibé para o pata de do grupo dos visitantes, que o leva ao acampamento onde estão os outros.

Crianças do povo Sanöma, que vive na Terra Indígena Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela.
Crianças do povo Sanöma, que vive na Terra Indígena Yanomami, na fronteira do Brasil com a Venezuela.Sílvia Guimarães (Arquivo pessoal)

Em seguida, duplas de homens, de homens e mulheres ou pessoas sozinhas começam a entrar no pátio. Dançam no interior do círculo formado pelos anfitriões, dão uma ou duas voltas e saem. Estão sérios durante toda a dança, os homens entram e dançam com suas armas, alguns deixam-nas no chão, apontam para elas e depois as seguram. Por sua vez, os anfitriões, que formam o círculo, também dançam em seus lugares e estão com armas em riste, simulando um embate.

Os visitantes mostram suas boas intenções, jogam suas armas no chão, aguentam as provocações dos anfitriões, que imitam posições de ataque com os arcos retesados, as lanças prontas para desferir um golpe. Depois de todas as duplas de visitantes se apresentarem, o grupo todo, em fila, entra no círculo, faz uma volta e os anfitriões seguem o final da fila dos visitantes, que continuam caminhando em círculo que se fecha, cada vez mais, até formar uma coisa só, um bolo humano, quando todos gritam.

Após essa chegada cerimoniosa, que se repete com todos os grupos de convidados, as pessoas voltam a entoar o canto fúnebre, especialmente as mais velhas, mas agora acompanhadas dos visitantes. Uma mulher relacionada ao morto segura o embrulho com os ossos carbonizados, acompanhada de outras mulheres que também estão com cabaças ou recipientes contendo as cinzas de seus parentes já falecidos. Choram sobre os restos mortais que ainda existem de outros mortos, lamentam a perda daquele bom filho e caçador e enfatizam a relação de parentesco que mantinham com o morto.

Com os diálogos cerimoniais realizados por visitantes e anfitriões está aberto oficialmente o sabonomo. A cerimônia do morto reúne muitos hóspedes de aldeias distantes que passam a conviver intensamente e acaba por demonstrar o quadro sociopolítico de um grupo local: circunscreve-se o círculo de seus aliados políticos e inimigos, isto é, dos convidados e daqueles que são evitados. Há a reunião de grupos ligados por uma origem comum, por uma rede de alianças matrimoniais e de solidariedade política. Os convites para o sabonomo são recíprocos e reforçam essas alianças.

Após a chegada dos visitantes, os homens do grupo dos visitantes e dos anfitriões partem em uma caçada coletiva. Pretendem voltar com muita carne moqueada, fundamental para a continuação da cerimônia, o consumo das cinzas. Enquanto os homens caçam, as mulheres preparam beiju, bananas assadas, pupunhas e outros alimentos que serão consumidos ao longo da cerimônia.

Antes de os caçadores partirem, os xamãs do grupo dos visitantes e dos anfitriões realizam uma sessão xamanística, em que cantam com os seres auxiliares, que limpam as armas, observam se algum caçador está com alguma substância letal. Os xamãs pedem aos seres auxiliares que afastem os perigos do caminho dos caçadores e que atraiam os animais, fazendo-os seguir os caminhos que levam aos caçadores. Ao longo dessa sessão, que dura o dia inteiro, os xamãs sentam-se próximo dos caçadores e incitam-nos, pedem muita caça, perguntam se eles irão voltar com muito alimento. Nos próximos dias, os caçadores partirão, alguns acompanhados de suas mulheres.

Quando tiverem juntado uma quantidade suficiente de caça para o número de convidados, eles retornam.

Enquanto ocorre a caçada coletiva, na aldeia ficaram alguns rapazes, corresidentes mais distantes do morto, anciãos, mulheres e crianças, todos aguardam a chegada dos caçadores. Mensageiros avisam quando estão próximos. Os caçadores fazem uma entrada triunfal semelhante à dos visitantes. No diálogo cerimonial, realizado por um homem adulto do lado dos caçadores e um dos anfitriões, os primeiros contam como foi a caçada, o que caçaram, se há muita carne de caça, se os visitantes são amistosos e reafirmam o pesar que sentem pela morte. Com a chegada dos caçadores, anfitriões e visitantes estabelecem uma convivialidade intensa que perdurará por, aproximadamente, 10 dias, até decidirem terminar a festa com o consumo das cinzas. Isso acontece quando a comida começa a escassear. Trata-se de um período de intenso convívio, quando acontece muita dança, xamanismo, pranto generalizado, brincadeiras diversas, escapadas amorosas, mexericos e consumo de muita comida.

Ao longo de todo o sabonomo, especulações acerca do algoz do morto tomam conta da aldeia. Durante o dia, há muitas brincadeiras entre os jovens, os rapazes entram no pátio segurando firmemente embrulhos de peixe ou carne de caça, caminham em círculo no pátio até uma moça puxar o embrulho, que não será entregue facilmente. Ao entardecer, os jovens cantam e dançam. À noite e na alvorada, os mais velhos continuam com seus cantos fúnebres. No transcorrer da madrugada, duplas de homens adultos engajam-se em diálogos cerimoniais de trocas que serão concretizadas no último dia do funeral, quando os visitantes retornarão a suas casas.

Chega, por fim, o ponto alto da cerimônia, que começa com a pulverização dos ossos e o consumo das cinzas. As bananas são cozidas pelos homens consanguíneos do morto, com o auxílio dos visitantes, aliados próximos. Quando o mingau de banana (õkoma tu) está fino, as bananas estão totalmente diluídas na água formando um creme, os homens começam a macerar os ossos. Põem-nos em um pilão improvisado, uma panela velha, onde parentes do morto, de pé, com um bastão de madeira, começam a pulverizá-los, um de cada vez. Revezam-se até que se forme um pó muito fino, as “cinzas” do morto.

Em seguida, elas são peneiradas e os pedaços maiores voltam a ser pilados. Isto acontece em meio ao pranto das mulheres. Ao final, parte das cinzas é depositada em uma pequena cabaça, que é lacrada com cera e amarrada em um jirau acima do fogo doméstico. A outra parte é consumida misturada ao mingau de banana.

Um aliado próximo junta um pouco das cinzas ao mingau de banana em um recipiente e remexe a mistura com a própria mão, até a tonalidade amarela do mingau passar a acinzentada. Em um clima solene e de compenetração, homens e mulheres adultos, os pata töpö, próximos do morto, são os primeiros a consumir as cinzas. Depois, vêm os demais parentes, os aliados muito próximos ao morto, afins com fortes laços de amizades com ele.

Aliados próximos as consomem sem restrições. No entanto, os pais com filhos pequenos, que são afins não muito próximos, temem comer as cinzas, que podem fazer mal aos seus filhos. Os jovens ainda sem esposas, quando não são próximos do morto, também evitam consumi-las. Cada pessoa, com a cuia cheia, bebe o mingau de uma só vez, sem pausa. Consumidas as cinzas, a caça moqueada é distribuída aos aliados, visitantes.

No dia seguinte, fazem-se as trocas que combinaram nos diálogos cerimoniais e retornam a suas casas. Alguns Sanöma afirmam que, na noite anterior à partida, são renovados os laços de alianças em diálogos cerimoniais, quando os anfitriões dizem aos visitantes que os convidarão novamente para outro sabonomo. Os visitantes, por sua vez, dizem que gostaram da festa e estão felizes com as trocas. No outro dia cedo, os grupos de visitantes retornam a suas casas, alguns gritam, quando estão ainda nas proximidades da aldeia, demonstrando que gostaram, outros partem em silêncio. Os anfitriões, cansados, deitam e dormem, com muitas histórias para compartilhar por um bom tempo.

Sílvia Guimarães é antropóloga e professora da UnB. Atua no campo da etnologia indígena, da saúde indígena e da saúde popular

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