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Paquistão condena à morte o ex-presidente Pervez Musharraf por tentativa de golpe de Estado

Tribunal antiterrorista o considerou culpado pelo crime de traição à pátria, mas sentença não deve ser executada porque o militar vive fora do país

Ángeles Espinosa
O ex-presidente Pervez Musharraf chega a um tribunal de Islamabad, em abril de 2013.
O ex-presidente Pervez Musharraf chega a um tribunal de Islamabad, em abril de 2013.Anjum Naveed (AP)
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O general e ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf, de 76 anos, foi condenado à morte nesta terça-feira pelo crime de traição, num julgamento feito à revelia. A sentença, pronunciada por um tribunal antiterrorista de Islamabad, responde a uma acusação que pesava sobre ele desde 2013, por ter suspendido a Constituição e imposto o estado de emergência em 2007.

Musharraf, que deu um golpe de Estado em 1999, foi eleito presidente em um referendo dois anos mais tarde e governou o país até 2008. Já no final do seu mandato, suspendeu a Constituição com a intenção de permanecer no poder, o que não prosperou.

“Lutei em várias guerras pelo Paquistão, espero obter justiça”, declarou Musharraf no começo deste mês num vídeo gravado no Hospital Americano de Dubai, onde estava internado com hipertensão e problemas cardíacos. Na mensagem, divulgada por várias emissoras paquistanesas, o ex-presidente pedia ao tribunal que colhesse seu depoimento no hospital, para verificar seu estado de saúde. Também solicitava que seus advogados fossem ouvidos antes da proclamação do veredicto.

Durante seu Governo, o Paquistão colaborou com os Estados Unidos na intervenção militar que derrubou o regime talibã no Afeganistão, mas também mostrou certa ambiguidade ao combater determinados grupos terroristas, mas não outros, o que terminou estimulando o surgimento dos talibãs paquistaneses.

É pouco provável que a sentença venha a ser executada. Desde 2016, quando foi autorizado a deixar o Paquistão para receber tratamento médico, o militar vive entre Dubai e Londres.

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