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Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, recebe alta em Brasília

Ministro, de 44 anos, teve um mal-estar na noite de terça-feira e passou por exames de rotina. Ele vinha sendo criticado pela falta de uma política efetiva de preservação da Amazônia

O ministro Ricardo Salles em 26 de agosto.
O ministro Ricardo Salles em 26 de agosto.RAHEL PATRASSO (REUTERS)
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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, 44, foi internado durante a madrugada desta quarta-feira no Hospital das Forças Armadas em Brasília. De acordo com relatório médico, ele foi admitido na emergência com "quadro de mal estar". No entanto, ao chegar ao local Salles "encontrava-se sem sintomas", mas mesmo assim a equipe médica optou por interná-lo para observação. Por volta das 16h, o ministro recebeu alta. Segundo o último boletim médico, ele passou por exames de rotina.

Em vídeo publicado em seu perfil no Twitter, o ministro agradeceu por "todas as mensagens e orações" que recebei e ao "corpo médico das Forças Armadas". "Graças a Deus, tenho certeza de que vai ficar tudo bem", disse, sem entrar em detalhes sobre o que o levou ao hospital.

Ricardo Salles iria participar de uma cerimônia às 9h juntamente com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com o comandante da Marinha e com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Na manhã de terça-feira o ministro havia participado de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro e governadores de Estados da Amazônia legal para discutir medidas conjuntas de combate às queimadas na região.

Questionado sobre a possibilidade de o ministro do Meio Ambiente ter sofrido um infarto, ventilada na imprensa ao longo da manhã, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não estar "sabendo dessa informação". "Ele tá bastante jovem, né. Sei que ele não tem idade. Mas ele não está nessa pilha de nervos. Ele está muito bem, estamos conversando, uma pessoa excepcional que tenho como um ministro exemplar”.

Desde o início da crise provocada pelo aumento dos incêndios na floresta Amazônia, o ministro Ricardo Salles tem sido alvo de críticas pela maneira como conduziu a questão, que culminaram com a suspensão, por parte da Alemanha e Noruega, de repasses para o Fundo Amazônia. A França chegou até mesmo a colocar em dúvida o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul caso o país não mudasse sua postura ambiental. No encontro do  G7 o presidente francês Emmanuel Macron chegou a dizer que Bolsonaro "mentiu" ao dizer que iria cumprir os dispositivos do Acordo de Paris. Tanto o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais quanto a Nasa apontaram um aumento no número de queimadas este ano. Segundo o Inpe, o crescimento foi de 82% entre janeiro e agosto ante o mesmo período de 2018.

A postura do Governo foi criticada também por integrantes do agronegócio, que temem um boicote à carne e soja brasileiros no mercado internacional - a Finlândia chegou a sugerir um bloqueio neste sentido. O primeiro impacto já foi sentido. Nesta quarta-feira 18 marcas estrangeiras como Timberland, Vans e Kipling anunciaram a suspensão da compra de couro nacional como consequência das queimadas, informou o Centro de Indústrias de Curtume do Brasil.

O partido do ministro, o Novo, tentou se distanciar da crise ao afirmar que as posturas de Salles "não refletem" as da legenda no que diz respeito à preservação da Amazônia. Foi aberto um procedimento para que ele seja expulso do partido.

Procurado, o Ministério do Meio Ambiente não se manifestou sobre a internação do titular da pasta.

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