Segundo tiroteio em menos de 24 horas nos EUA deixa ao menos nove mortos
Ataque a tiros ocorreu na cidade de Dayton, Ohio, e deixou outras 26 feridas. Atirador foi morto pela polícia

Fim de semana trágico nos Estados Unidos, com um segundo ataque a tiros maciço em apenas 13 horas. Aconteceu depois de 1h (2h em Brasília) deste domingo, no centro da cidade de Dayton (Ohio). O atirador abriu fogo em frente ao bar Ned Peppers matando pelo menos nove pessoas e fazendo 26 feridos. Um deles está em estado crítico e há vários em estado grave. A polícia matou o atirador em menos de um minuto.
É o terceiro ataque a tiros com mais de quatro mortos registrado em uma semana nos EUA, que no total fizeram mais de trinta mortos e o dobro de feridos. Desde janeiro foram contabilizados 250 ataques com armas de fogo em todo o país. As motivações deste novo episódio são desconhecidas, mas a polícia investiga se o autor se inspirou no massacre de El Paso, que matou 20 pessoas e feriu outras 26 em um ataque a tiros a um centro comercial no Texas. No final de semana passado houve outro ataque a tiros em um festival gastronômico em Gilroy (Califórnia).
Testemunhas afirmam que o atirador carregava um rifle e tinha o corpo protegido. Izack Johnson postou um vídeo nas redes sociais em que é possível ouvir as rajadas de tiros na rua. O tenente-coronel Matt Carper explicou em uma primeira entrevista à imprensa que “felizmente” havia muitos policiais nas proximidades do bar. “O ataque durou pouco”, comentou.
O autor morreu na hora em consequência dos ferimentos de bala provocados pela resposta da polícia. A prefeita de Dayton, Nan Whaley, explicou mais tarde em uma entrevista coletiva que o atirador foi “neutralizado em menos de 10 segundos”. O incidente aconteceu no bairro histórico da cidade, onde há cerca de uma dezena de bares. Testemunhas disseram que nos finais de semana é comum haver brigas.
Desta vez foi diferente. “Nunca tive tanto medo na vida”, disse Daniel Williams, um ex-membro da banda The Devil Wears Prada. A prefeita sugeriu que o ataque foi premeditado, por causa das proteções que o atirador usava, do tipo de arma e da abundante munição. “É triste que a matança número 250 deste ano tenha acontecido na nossa cidade”, lamentou, “os últimos seis meses já foram muito difíceis”.
We are actively investigating an active shooter incident in the #OregonDistrict. Please avoid the area. More information to come.
— Dayton Police Dept. (@DaytonPolice) August 4, 2019
Dayton tem 140.000 habitantes. Em maio houve um protesto do grupo supremacista branco KKK na cidade e recentemente a comunidade sofreu o flagelo dos tornados. O governador de Ohio, Mike Dewine, divulgou uma declaração em que descreveu o ataque como “atroz” e elogiou a “rápida resposta” da polícia “para acabar com essa tragédia”.
“Centenas de pessoas poderiam ter morrido ou sido feridas se a polícia não tivesse agido tão rapidamente. Havia milhares de pessoas na região em uma noite de sábado no verão”, disse a prefeita. “A questão é por que é o massacre número 250”. “É um dia terrível e muito triste para a cidade”, concluiu. O incidente alimenta ainda mais o debate sobre as armas no país.
A violência por armas de fogo ceifa a vida de 34.000 pessoas por ano nos EUA. O massacre de El Paso é o oitavo mais letal desde que os ataques maciços a tiros começaram a ser contabilizados. O autor postou um manifesto nas redes sociais cerca de vinte minutos antes de executar a matança na cidade fronteiriça do Texas. A polícia está investigando o caso como um possível crime de ódio.
O presidente norte-americano, Donald Trump, que neste fim de semana está no clube de golfe da família em Nova Jersey, se limitou a dizer em uma mensagem nas redes sociais que o FBI e as polícias de El Paso e Dayton estão trabalhando na investigação dos dois ataques. Também destacou que, em ambos os casos, os policiais agiram “muito rápido”.