‘La Casa de Papel’ esbanja força em seu regresso
Série volta na próxima sexta aproveitando sua nova condição de fenômeno mundial e dissipa as possíveis dúvidas sobre a pertinência de sua continuação
Enquanto prepara um novo golpe com a quadrilha de assaltantes, o Professor lhes mostra fotos de pessoas em diferentes lugares do mundo vestindo macacão vermelho e máscara de Salvador Dalí como símbolos da resistência, de luta contra a indignação. Fotos de cartazes enormes em estádios de futebol com suas máscaras. “Inspiramos muita gente em sua luta. Todas essas pessoas já são dos nossos. Não se esqueçam”, diz Professor. A ressonância internacional de La Casa de Papel mostra seu reflexo no começo de uma nova temporada que a Netflix estreia no próximo dia 19 e que chega como um soco na mesa da ficção televisiva espanhola que ressoará em todo o mundo.
Porque quando há recursos, tempo e talento (e, sempre, um pouco de sorte), são criados produtos destinados a se transformar em sucessos. A julgar pelos dois primeiros episódios dos oito que compõem a nova temporada, La Casa de Papel tem boas chances de repetir o estouro mundial que foram as duas primeiras temporadas. Contavam à época com menos recursos e tempo, mas o talento estava lá, e esse pouco de sorte que é sempre necessário apareceu depois de sua passagem pelo canal Antena 3, com sua ida à Netflix. A fortíssima iconografia e a boa adaptação à maratona televisiva das plataformas online fizeram o resto.
Reabrir uma história já encerrada sempre causa dúvidas. La Casa de Papel as dissipa rapidamente em um primeiro episódio que esbanja força. Em apenas 50 minutos passam pela tela locações no Panamá, Tailândia, Itália e diferentes pontos da Espanha. Também recupera todos os personagens principais, que se reúnem para tentar resgatar Rio, que foi preso, e justifica perfeitamente a participação de Berlim nos novos episódios. Tudo é maior, mas não perde a essência de La Casa de Papel e sua forte sustentação nos personagens. Por isso esse capítulo, ainda que tenha mais ação, tem mais emoção. E por isso consegue o que procura: que você fique com vontade de mais.
Se em alguns casos a passagem dos 70 minutos da televisão espanhola aberta aos 50 do formato internacional tenha causado alguns desajustes (uma agonia excessiva em Vis a Vis e a perda de identidade e foco em Velvet Colección), dessa vez a menor duração cai muito bem em uma história que, com poucos minutos de explicação, logo vai ao cerne da questão e no segundo episódio já está em andamento o plano para o roubo do Banco da Espanha. Isso foi adiantado pelo criador, Álex Pina, em uma exibição do primeiro capítulo a um reduzido grupo de jornalistas: “Contaremos o que precisarmos contar e o faremos no menor tempo possível”.
Sobre as incorporações no elenco, nos dois primeiros episódios já é possível ver em ação Palermo, interpretado pelo argentino Rodrigo de la Serna, uma espécie de novo Berlim em relação à carisma e atitude. Também surge a policial sem piedade e grávida interpretada por Najwa Nimri. Os dois encaixam muito bem no quadro pintado sobre um roteiro montado sobre cinco linhas temporais que se sobrepõem e obriga o espectador a prestar atenção na tela.
La Casa de Papel volta em grande estilo, erguendo a bandeira do entretenimento o mais alto possível, fiel a si mesma e assentada em suas virtudes para tentar satisfazer os milhões de olhos do mundo inteiro que agora estão sobre ela. Que a diversão continue.
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