Quando Óscar e Valeria ainda não tinham migrado
El Salvador aguarda os corpos do pai de família e da filha de um ano que morreram tentando atravessar o rio Bravo rumo aos Estados Unidos
Óscar e a filha Valeria posam, em uma de suas últimas fotos juntos, com um sorriso tímido. Ela acabava de completar um ano e usava uma touca rosa. Ele, então com 24 anos, a abraça e a segura entre as pernas. A imagem foi divulgada depois de outra fotografia deles, mostrando seus corpos de bruços, afogados em um rio, ter dado a volta ao mundo como amostra do drama migratório que vivem milhares de centro-americanos que tentam chegar aos Estados Unidos. Do tratamento muitas vezes desumano que recebem, primeiro no México e depois no vizinho do norte, onde o endurecimento das políticas migratórias provocou alarme.
Filippo Grandi, comissário-geral do ACNUR, a agência para refugiados da ONU, ressaltou que a morte do jovem salvadorenho e de sua filha são consequência dos fracassos dos Governos que não conseguiram enfrentar a crise migratória.
“As mortes de Óscar e Valeria representam o fracasso na hora de conter a violência e o desespero que empurra essas pessoas a empreenderem perigosas viagens em busca de uma vida segura e digna”, afirmou Grandi.
Os dois, junto com Tania Ávalos, de 22 anos, a esposa de Óscar e mãe da pequena menina, partiram para o México no começo de abril. Passaram algum tempo em Tapachula, onde obtiveram um visto humanitário graças à política de portas abertas com a qual o Governo de López Obrador iniciou o mandato de seis anos. Uma linha que mudou depois das ameaças de Trump e obrigou o presidente mexicano a endurecer as políticas migratórias, o que nas últimas semanas levou a um agravamento das imagens e das condições de vida tanto na fronteira sul quanto na norte, onde os dois salvadorenhos morreram. A família de Óscar e Valeria aguardava nesta quinta-feira em El Salvador o repatriamento dos corpos. O presidente Nayib Bukele se comprometeu a arcar com as despesas depois que um dos membros da família pediu ajuda.
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