Eurocéticos devem conseguir um terço das cadeiras no Parlamento Europeu
Pesquisas apontam também para a perda da maioria das cadeiras por parte dos partidos tradicionais pela primeira vez na história
O Partido Popular Europeu deve formar a maior bancada na eleição para o Parlamento Europeu que transcorre entre quinta-feira, 23, e este domingo, 26 de maio, com aproximadamente 174 deputados, seguido pelos sociais-democratas (149 assentos) e pelos liberais do ALDE e do partido de Emmanuel Macron (99).
Irromperia na quarta posição, com 76 deputados, o novo grupo ultranacionalista impulsionado por Matteo Salvini, onde estariam o partido da francesa Marine le Pen (Reagrupação Nacional) e o Alternativa para a Alemanha (AfD). Em seguida viriam os conservadores do ECR (Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, 63), os Verdes (55) e a esquerda do GUE/NGL (49). O Movimento 5 Estrelas (M5S) e o Partido do Brexit, uma cisão do britânico UKIP liderada por Nigel Farage, obteriam juntos 43 assentos. Outras formações de direita radical, entre as quais o partido ultradireitista espanhol Vox, somariam 11 eurodeputados.
Esta estimativa é uma média de três projeções dos sites European Elections Stats e Politico e do próprio Parlamento Europeu. Os três usam uma metodologia similar: são calculadas agregando-se pesquisas de cada país – sobre as eleições europeias, se houver – e aplicando em seguida o chamado método de Hondt para estimar os assentos correspondentes. É um exercício de aproximação razoável. Em 2014, estimativas semelhantes cometeram um erro médio de 9 assentos por grupo. Estes prognósticos oferecem algumas conclusões.
Os dois grandes partidos retrocedem. Populares e sociais-democratas somaram 412 dos 715 eurodeputados em 2014, mas agora ficariam com menos de 330. Continuarão sendo as duas grandes forças do Parlamento Europeu, mas perdem a maioria pela primeira vez na história.
Continuará havendo uma maioria europeísta. Salvo uma grande surpresa, a soma de populares (PPE), socialistas (S&D) e liberais superará os 376 deputados que formam a maioria. É possível que PPE e S&D somem também com os Verdes. Entre esses quatro grupos, controlariam quase dois terços da Câmara.
Os deputados eurocéticos poderiam ser um terço do total. Segundo a bolsa de previsões da empresa Good Judgement para o Eurasia Group, os partidos que se opõem a uma maior integração europeia rondarão 20% ou 25% no novo Parlamento Europeu. Segundo o Politico e o European Elections Stats, os eurocéticos seriam um terço da Câmara e melhorariam seus últimos resultados em dois pontos.
As forças de extrema direita subiriam ligeiramente. Somados, o EAPN (Aliança Europeia de Povos e Nações, na sigla em inglês), do italiano Matteo Salvini, e outros partidos de extrema direita superariam os 80 assentos, sem contar os 63 do ECR. Na classificação do European Elections Stats, que inclui mais partidos, a extrema direita ficaria com cerca de 170 deputados (15 a mais que em 2014).
Os partidos por países
A estimativa do European Elections Stats, mantido por Camille Borrett e Moritz Laurer, oferece dados de suas estimativas para cada país, cada grupo e cada partido. O partido que mais parlamentares levaria ao Parlamento Europeu seria a CDU de Angela Merkel, com 28 assentos. Seguem-na, com 25, a Liga de Matteo Salvini, o partido polonês Lei e Justiça (PiS) e o Partido do Brexit, de Nigel Farage. Na sequência ficariam os partidos franceses de Marine Le Pen (23) e Emmanuel Macron (22).
Entre estes cinco há uma formação eurocética e duas de extrema direita, e apenas uma do grupo popular e nenhuma social-democrata. As coisas melhoram para esses dois partidos se observarmos os 15 primeiros: entram os socialistas da Itália, Espanha e Alemanha e os populares da Polônia, Hungria e França.
Metodologia. Para realizar a média de assentos de cada um dos grupos no Parlamento Europeu, tomamos as médias publicadas pelo próprio Parlamento Europeu e pelos sites especializados European Election Stats e Politico. Com relação a 2014, dois grupos europeus –EFDD e ENF – desapareceram, e seus integrantes se distribuíram por diferentes formações. Alguns deles formaram um novo grupo, o EAPN de Salvini; outros aterrissaram no ECR ou se alinharam ao Movimento 5 Estrelas, que por enquanto não cumpre os requisitos mínimos para poder formalizar um grupo parlamentar. Para simplificar a análise e a visualização dos dados, foram mantidos os grupos tradicionais (PPE, S&D, ALDE, GUI/NGL e Os Verdes), acrescentando-se o novo grupo EAPN e definindo outros três agrupamentos por afinidade ideológica ou não atribuição a outros grupos: Movimento 5 Estrelas e o Partido do Brexit; partidos de extrema direita não associados com o EAPN – como Vox, os gregos do Aurora Dourada e os húngaros do Jobbik – e o resto dos partidos: moderados e de esquerda.
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