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Trump ameaça agora com “o fim oficial do Irã”

Presidente dos EUA endurece o tom contra Teerã após o ataque com um foguete na Zona Verde de Bagdá, onde fica a Embaixada norte-americana

Donald Trump, na quinta-feira passada na Casa Branca.
Donald Trump, na quinta-feira passada na Casa Branca.Manuel Balce Ceneta (AP)

Donald Trump não precisou nem dos 140 caracteres permitidos nas antigas mensagens do Twitter para lançar neste domingo uma labareda conta Teerã, dentro da escalada de tensão – e cada vez mais confusão – com o regime de Hasan Rohaní. "Se o Irã quiser brigar, será o fim oficial do Irã. Nunca ameacem os Estados Unidos de novo!", escreveu, sem dar mais detalhes ou explicações. Horas antes, um foguete tinha caído sobre a Zona Verde de Bagdá, onde fica a Embaixada norte-americana, entre outras, sem causar vítimas.

Os Estados Unidos até agora transmitem uma mensagem ambígua. Por um lado, enviam porta-aviões e bombardeiros ao golfo Pérsico como advertência direta e explícita ao Irã – via um comunicado de John Bolton, assessor de Segurança Nacional –, e fontes da Administração citam planos para uma maior mobilização militar, como publicou o The New York Times, embora Trump depois tenha desmentido. E, por outro lado, o presidente esfria as possibilidades de guerra e aponta para o diálogo – “o Irã logo vai querer conversar", disse na semana passada –, mas neste domingo o ardor guerreiro reapareceu, e não só por parte de Trump. "Não estamos procurando guerra, mas tampouco temos medo dela", afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Hossein Salami, em declarações à agência Tasnim citadas pela Reuters.

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Washington procura negociar com Teerã um novo acordo nuclear após abandonar o que a Administração anterior, a do democrata Barack Obama, tinha alcançado em 2015 junto a outras potências, e que Trump rechaçou desde que era candidato. Aquele pacto suspendia as sanções ao Irã em troca de limitar seu programa de armamento nuclear, mas o republicano sempre o considerou uma forma de dar oxigênio ao regime, sem que este precisasse renunciar ao seu programa nuclear.

Assim, as sanções ao petróleo tornaram a castigar a economia iraniana, cujo regime respondeu ao ataque: advertiu que também vai descumprir parte desse acordo – os limites às reservas de urânio enriquecido – e ameaçou fechar o estreito de Ormuz, um canal primordial para o comércio global de petróleo.

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