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Doris Day, a estrela da Hollywood amável

Atriz e cantora, indicada ao Oscar em 1960 por 'Confidências à Meia-Noite', morreu aos 97 anos

Doris Day, em uma foto de arquivo pessoal, sem data.
Doris Day, em uma foto de arquivo pessoal, sem data.Web oficial de Doris Day

A cantora e atriz Doris Day, estrela de dezenas de filmes dos anos cinquenta e sessenta, morreu nesta segunda-feira aos 97 anos, segundo a agência AP. A cantora participou de filmes como Ama-me ou Esquece-me, Confidências à Meia-Noite (pelo qual recebeu sua única indicação como atriz ao Oscar) e Um Pijamas para Dois, e trabalhou com cineastas como Michael Curtiz e Alfred Hitchcock, ao mesmo tempo em que se tornava também um ícone na música e na televisão. Seu site oficial destaca, entre outras coisas, que encarnou por excelência a imagem da "vizinha do lado" em Hollywood.

Nascida em Cincinnati, Ohio, em 3 de abril de 1922, como Doris Mary Ann von Kappelhoff, atuou em 39 filmes, de acordo com seu site. A página considera que Ama-me ou Esquece-me, Ardida como Pimenta e Confidencias à Meia-Noite são seus filmes mais amados pelo público. "Ao mesmo tempo, uma série de excelentes discos gravados entre 1956 e 1968 expandiu sua popularidade", recorda o site.

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Seu pai era professor de música e organista e, na infância, Day mostrou uma inclinação pela música e a dança. Iniciou muito jovem uma turnê em uma companhia de dança, mas sua promissora carreira de bailarina foi interrompida por um acidente de carro em que fraturou a perna direita. De volta a Cincinnati, fez aulas de canto. Barnie Rapp, diretor da orquestra para a qual trabalhava quando tinha 15 anos, sugeriu que mudasse de nome e adotasse Day porque ele achava o nome dela longo e pouco comercial.

Depois de cantar na orquestra de Rapp, participou de várias outras até que em 1945 se juntou a Les Brown and His Orchestra, com a qual gravou Sentimental Journey, canção de enorme sucesso por refletir o pensamento dos soldados que voltavam do seu destino na Europa ou no Pacífico. Casou-se em 1941 com o trombonista Al Jorden, com quem teve um filho, o produtor musical Terry Melcher, falecido em 2004.

Que será, que será.

Depois de ela gravar uma segunda canção com Les Brown, a Columbia Records assinou contrato com Doris Day em 1947. Seu trabalho na rádio com Bob Hope e mais tarde com Frank Sinatra propiciaram um segundo divórcio, do músico George Weidler, com quem foi casada de 1946 a 1949. Uma deslumbrante interpretação de Embraceable You em 1947 fez de Doris Day uma atriz, estreando naquele ano com Curtiz em Romance em Alto-Mar. Assinou com a Warner Brothers um contrato para mais filmes, que durou até 1954, quando seu marido e agente desde 1951, Marty Melcher, decidiu não renová-lo. Melcher morreu em 1968.

Em 1956 rodou O Homem Que Sabia Demais, dirigido por Hitchcock. Sua Que será, será? (Whatever will be, will be) interpretada por ela mesma no filme ganhou o Oscar de melhor canção e foi um grande sucesso quando gravou em disco tornando-se uma das suas canções mais emblemáticas, embora Doris Day reconhecesse depois que num primeiro momento a música não lhe agradou. Por seu papel em Confidencias à Meia-Noite, ganhou um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Em 1968 rodou seu último filme, Tem Um Homem na Cama da Mamãe, e começou seu programa de televisão, The Doris Day Show, que permaneceu no ar até 1973 e com o qual pôde solucionar seus problemas financeiros.

Entre 1976 e 1979, foi casada com Barry Comden – seu quarto marido. Um problema nas costas afastou-a dos palcos até 1983, quando gravou para a televisão a série Nostalgia. Antes, em 1976, publicou um livro autobiográfico que causou escândalo porque revelava aspectos desconhecidos de sua vida amorosa, que não correspondiam à imagem forjada pelos personagens de seus filmes.

A atriz e cantora recebeu em 2004 a Medalha da Liberdade, da Casa Branca, por suas realizações artísticas e frenética atividade em defesa dos animais: presidiu várias entidades beneficentes e criou hospitais e creches para animais de estimação. Além disso, com o seu único filho, Terry Melcher, administrou um luxuoso hotel, no mais puro estilo kitsch. Desde seu afastamento do cinema em 1968, rejeitou aparecer em eventos relacionados com Hollywood como também sua presença estelar em filmes.

Em 2011, com 89 anos, produziu seu 29º álbum musical, My Heart. Morava em Carmel (Califórnia). Em 2014, em seu aniversário de 92 anos, cumprimentou seus seguidores de sua casa e também apareceu em público alguns dias mais tarde, em um ato de sua fundação em defesa dos animais. Foi a última vez que foi vista em público.

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