Lula e seu filho são indiciados pela PF por lavagem e tráfico de influência
Petista, preso desde abril após ser condenado pela Lava Jato, é acusado de beneficiar a Odebrecht no Governo Dilma, tendo como contrapartida que a empresa ajudasse seu filho
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho, Luís Cláudio, foram indiciados pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A investigação aponta pagamentos de 10 milhões de reais para a empresa de marketing político Touchdown, de propriedade do filho do petista, apesar de um capital social de mil reais, segundo adiantou a TV Globo. Segundo executivos ligados à Odebrecht, Lula teria mantido contato com a empreiteira para garantir benefícios a ela durante o Governo Dilma Rousseff. Como contrapartida, a empresa ajudaria a financiar os projetos pessoais do seu filho Luís Claudio. A defesa de Lula e do filho negam as acusações.
A delação foi do ex-executivo Alexandrino Alencar, que disse que o ex-presidente pediu ajuda para Emílio Odebrecht em 2011 para que seu filho iniciasse a carreira de empresário. Depois disso, segundo os autos do processo, Alencar "teria procurado a empresa ‘Concept’, com o intuito de beneficiar a empresa de Luis Claudio, Touchdown, a desenvolver o futebol americano no Brasil".
Alexandrino entregou como prova recibos de pagamento da Empresa Concept. A Odebrecht teria a maior parte do serviço, cerca de dois milhões de reais, enquanto que 120.000 teriam sido pagos por Luís Cláudio. “Combinei com o Luis Claudio que nós pagaríamos 90% do custo da Concept e ele e a Touchdow pagariam 10%. Meu compromisso original com o presidente e com o Emílio era de 2 anos. Depois, ele voava sozinho. Então, ampliamos porque ele se atrapalhava e não decolava. Renovamos mais um ano. Soube depois, agora, que ele teve de desistir do projeto”, contou Alencar em sua delação.
A Polícia Federal aponta em seu relatório final que, apesar dessas quantias pagas, não houve formalização do contrato entre a empresa de Luís Cláudio e a Concept. A juíza Bárbara de Lima Issepi, da 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo, determinou que a investigação seja encaminhada para uma vara especializada em crimes financeiros. O caso está sendo analisado pela força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.
O ex-presidente Lula está preso desde abril do ano passado, condenado pela Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro nos casos referentes ao triplex no Guarujá (12 anos) e ao sitio em Atibaia (12 anos e 11 meses). Em nota, a defesa do petista disse que o relatório da PF é um "mero documento opinativo, com enorme fragilidade jurídica e distanciamento da realidade dos fatos, que dá sequencia ao lawfare praticado contra Lula e seus familiares". Ainda segundo Cristiano Zanin Martins, "Lula jamais solicitou ou recebeu, para si ou para terceiros, qualquer valor da Odebrecht ou de outra empresa a pretexto de influir em ato da ex-presidente Dilma Rousseff ou de qualquer outro agente público". Além disso, "tampouco teve qualquer atuação nas atividades da Touchdown, empresa de titularidade de seu filho Luis Claudio que organizava um campeonato nacional de futebol americano".
O advogado afirma ainda que "Luis Claudio, por seu turno, comprovou serem mentirosas as afirmações de delatores da Odebrecht. A empreiteira jamais suportou os custos de fornecedores da Touchdown. Especificamente no caso do grupo Concept, referido por tais delatores, Luis Claudio apresentou o contrato de prestação de serviços firmado com a Touchdown e comprovou ter feito todos os pagamentos dos honorários contratados e das despesas incorridas durante a prestação dos serviços.
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