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Trump diz que militares venezuelanos “perderão tudo” se continuarem com Maduro

Presidente dos EUA recomenda ao Exército que aceite a anistia de Guaidó. "Não encontrarão refúgio, nenhuma saída fácil, porque não haverá saída", ameaça ele a comandantes que mantêm apoio ao regime

Yolanda Monge
Donald Trump
Donald TrumpKEVIN LAMARQUE (REUTERS)

Recebido calorosamente pela comunidade venezuelana (e cubana) exilada em Miami, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu nesta segunda-feira, 18, aos militares venezuelanos sobre o risco “às suas vidas e ao seu futuro” caso continuem apoiando Nicolás Maduro. “Não encontrarão refúgio, nenhuma saída fácil, porque não haverá saída”, ameaçou em discurso na Universidade Internacional da Flórida, nos arredores de Miami. “Perderão tudo”, afirmou Trump, dirigindo-se aos militares chavistas que apoiam o presidente da Venezuela.

Mais uma vez, Trump recordou que Washington deseja uma transição pacífica entre Maduro e Juan Guaidó, o autoproclamado presidente reconhecido por mais de 50 países. Mas, também mais uma vez, o mandatário insistiu em que “todas as opções” permanecem sobre a mesa com o objetivo de “restaurar a democracia”. Nesse momento um integrante da plateia gritou: “Mande tropas!”.

A cinco dias da data programada pela oposição venezuelana para que o país receba, no próximo sábado, 23, a tão necessária ajuda humanitária enviada pelos EUA até a fronteira com a Colômbia, Trump incentivou os militares a autorizarem a entrada dos comboios. “Acabem com este pesadelo e permita que seu país seja livre”, disse. Trump insistiu em recomendar aos funcionários e militares venezuelanos ainda fiéis ao governo chavista que aceitem a “generosa oferta de anistia de Guaidó”.

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Durante o evento, os participantes recitavam a sigla USA para apoiar o discurso do presidente, que começou proclamando a chegada de “um novo dia” na América Latina. Ele voltou a expor sua ofensiva contra Maduro e a política de pulso firme de Washington contra os regimes autoritários da América Latina, aos quais se refere como “troika tirânica” e que englobam Cuba, Nicarágua e Venezuela. “Conhecemos a verdade do socialismo em Cuba, Venezuela e Nicarágua e no mundo todo. O socialismo promete prosperidade, mas traz pobreza. O socialismo promete unidade, mas traz ódio e divisão. O socialismo promete um futuro melhor, mas conduz à parte mais sombria da história”, argumentou Trump.

“Este pesadelo de pobreza, fome e morte", este socialismo, prosseguiu o mandatário, "está há décadas governando a Venezuela". Em seguida, Trump acusou Maduro de ser “um fantoche” de Cuba. “A Venezuela dava petróleo a Cuba, e Cuba lhe dava um Estado policial, um exército cubano privado, controlado a partir de Havana”, disse o presidente a uma plateia que incluía o senador Marco Rubio, de origem cubana.

“Na Venezuela o socialismo está morrendo, e está nascendo a prosperidade”, anunciou Trump. “Chegou a hora do ocaso do socialismo em nosso hemisfério e em muitas outras partes do mundo, não só na Venezuela, mas na Nicarágua e em Cuba também”, salientou.

Antes da chegada de Trump ao evento, vindo de sua mansão de Mar-A-Lago, em Palm Beach, Juan Guaidó falou de Caracas por videoconferência para agradecer ao presidente dos EUA por sua ajuda para “conquistar a liberdade”. Guaidó afirmou que será preciso aproveitar o momento atual para alcançar esse objetivo. “O momento é agora”, disse Guaidó. A Venezuela se debate entre “a democracia e a ditadura, entre a vida e a morte”.

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