Barragem da Vale rompe em Brumadinho e causa novo desastre ambiental em MG
Ao menos 200 pessoas estão desaparecidas após avalanche de lama e rejeitos atingir a comunidade Vila Ferteco. Presidente Bolsonaro diz que tragédia podia ter sido evitada
Uma barragem da mineradora Vale rompeu no início da tarde desta sexta-feira em Brumadinho, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, causando uma avalanche de lama e rejeitos de minério de ferro que soterrou parte da comunidade da Vila Ferteco, área rural do município. Segundo a Vale, ao menos 300 funcionários atuavam no local no momento quando ocorreu o rompimento da barragem na Mina Feijão, que estava desativada desde 2015. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do Estado trabalham na busca e resgate de feridos e fale em mais de 200 desaparecidos, mas até o início da noite não havia confirmado o número de vítimas nem se há mortos no local. O novo desastre ambiental com uma barragem da mineradora Vale ocorre pouco mais de três anos após a tragédia de Mariana.
O presidente Jair Bolsonaro lamentou o ocorrido por meio de notas em suas redes sociais. "Nossa maior preocupação neste momento é atender eventuais vítimas desta grave tragédia", afirmou. O Governo ativou um gabinete de crise, coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Regional e do Meio Ambiente. O presidente irá ao local do desastre neste sábado, 26 de janeiro.
A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. "A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade", disse a empresa em nota. A tragédia ambiental de Brumadinho fez cair em 8% as ações da mineradora na Bolsa de Nova York nesta sexta-feira.
Por volta das 13h30, a Prefeitura de Brumadinho alertou em suas redes sociais para a população da cidade manter distância do leito do Rio Paraopeba. A reportagem, que tenta chegar ao local, encontrou vários acessos fechados.
Vídeo que circula nas redes mostra estrago do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de BH. Bombeiros trabalham no local pic.twitter.com/GfoKQTViBd
— Heloísa Mendonça (@helomendonca) January 25, 2019
Já o Instituto Inhotim, o museu a céu aberto de arte contemporânea localizado em Brumadinho, informou através de suas redes sociais que o parque foi esvaziado por precaução. "Devido ao rompimento da barragem em Brumadinho (MG), o Instituto Inhotim comunica que realizou o esvaziamento da área de visitação do Museu. Todos os funcionários e visitantes foram orientados a deixar o local, conforme recomendação da Polícia Civil.", completou o Instituto, em nota divulgada às 15h30. Inhotim é um dos principais destinos turísticos do Estado de Minas Gerais e recebe milhares de turistas todos os meses.
Em solidariedade ao município e a todos os atingidos, o Inhotim não abrirá neste sábado e domingo (26 e 27/01/2019). Aguardamos mais informações para definir a data de reabertura.
— inhotim (@inhotim) January 25, 2019
Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos Ministros do Desenvolvimento Regional e Minas e Energia, bem como nosso Secretario Nacional de Defesa Civil para a Região.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 25, 2019
Também através de uma nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que está "monitorando e em contato constante com as equipes de Defesa Civil".
O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho acontece três anos após o desastre de Mariana, a maior tragédia ambiental do Brasil, que aconteceu em novembro de 2015. Na ocasião, a barragem de Fundão, da Samarco (propriedade da Vale e da BHP), se rompeu, matando 19 pessoas e provocou um tsunami de lama que avançou sobre a bacia do rio Doce até chegar ao litoral do Espírito Santo.
Colaborou Afonso Benites, em Brasília
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