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Guerra comercial provoca a primeira queda da economia alemã desde 2015

Redução das exportações levou o PIB do país a uma contração de 0,2% no terceiro trimestre

A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, em um evento nesta terça-feira, 13
A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, em um evento nesta terça-feira, 13CLEMENS BILAN (EFE)

A economia da Alemanha registrou no terceiro trimestre uma contração de 0,2% enquanto nos três meses anteriores houve uma expansão de 0,5%, o que marca o primeiro declínio no PIB desde o primeiro trimestre de 2015, como consequência da queda das exportações no contexto da guerra comercial desencadeada pelos EUA, de acordo com informações do Escritório Federal de Estatísticas, Destatis.

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Em relação ao terceiro trimestre do ano anterior, o PIB da Alemanha registrou crescimento de 1,1%, ante à expansão de 2,3% do trimestre anterior.

"O ligeiro declínio trimestral do PIB se deve principalmente ao comércio exterior", explicou o escritório alemão de estatísticas, depois que as exportações caíram no terceiro trimestre e as importações aumentaram em comparação com os três meses precedentes.

Quanto à demanda interna, foram observados sinais contraditórios, uma vez que a formação bruta de capital fixo em máquinas e equipamentos, bem como na construção, foi superior à do trimestre anterior, enquanto os gastos das famílias diminuíram. Por outro lado, a despesa final do Governo em consumo foi ligeiramente superior ao observado nos três meses anteriores.

No terceiro trimestre, a Alemanha tinha 45 milhões de empregados, um número que representava um aumento de 556.000 trabalhadores ou 1,3% em um ano.

Carsten Brzeski, economista-chefe do ING Alemanha, disse que os dados ruins do PIB no terceiro trimestre podem ser explicados por vários fatores temporários, tais como o impacto da norma de emissões na indústria automobilística e a elevação do custo da energia que praticamente "eliminou" os aumentos salariais, bem como fatores com caráter mais estrutural.

Nesse sentido, o especialista acredita que a indústria automobilística vai se recuperar nos próximos meses e a moderação dos preços de energia reativará o consumo das famílias, embora a fraca evolução do comércio, apesar da fraqueza do euro, indique que as tensões comerciais e a debilidade das economias emergentes continuam afetando o crescimento da Alemanha.

"As perspectivas para a economia alemã ainda são positivas e o canto do cisne terá um efeito curto, embora a reputação de homem (ou mulher) forte e invencível da Europa tenha sofrido alguns arranhões", disse Brzeski, acrescentando que não se pode dar como garantidos a estabilidade política e o crescimento.

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