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Neymar será julgado por três juízes na Espanha e pode pegar até seis anos de prisão

Caso do brasileiro foi transferido do juiz José María Vázquez Honrubia porque este só se encarrega dos processos em que se pede para os acusados uma pena não superior a cinco anos de prisão

O jogador do francês PSG, Neymar, em uma partida do campeonato francês em 28 de outubro.
O jogador do francês PSG, Neymar, em uma partida do campeonato francês em 28 de outubro.CHRISTOPHE SIMON (AFP)
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O jogador de futebol Neymar Júnior será finalmente julgado por um painel de três juízes pelo crime de fraude durante sua contratação do fundo brasileiro DIS, que detinha 40% de seus direitos federativos, de acordo com fontes da Audiência Nacional. O chefe do juizado central de instrução do tribunal, José María Vázquez Honrubia, remeteu o processo à Sala Penal da Audiência Criminal para que seja distribuído a uma de suas seções. Assim, em vez de Neymar e outros cinco acusados serem julgados pelo próprio Vázquez Honrubia, o caso ficará com um painel de três juízes, que será definido de acordo com as regras de distribuição.

O Juizado Central do Penal presidido pelo juiz Vazquez Honrubia lida apenas com processos em que se pede aos acusados uma pena não superior a cinco anos de prisão, segundo indicaram fontes judiciais. Embora Neymar esteja sendo processado há dois anos na Audiência Nacional, a data do julgamento ainda não foi fixada e é neste momento que o juiz constatou que o caso tem de ser remetido à Sala Penal.

Além do jogador estão sendo processados seus pais e os ex-presidentes do Barcelona e do Santos, Sandro Rosell e Odilio Rodrigues, respectivamente; o Santos, clube de origem de Neymar; o Barça; e a empresa familiar do jogador –N&N Consultoria Esportiva e Empresarial–, por suposta participação nas irregularidades para inflacionar o custo da contratação avaliada em até 83 milhões de euros (350 milhões de reais).

A Promotoria da Audiência Nacional pede dois anos de prisão e aplicação de multa de 10 milhões de euros (42,1 milhões de reais) a Neymar. Em janeiro passado, a instituição judiciária livrou o ex-jogador do Barcelona do crime de corrupção entre particulares ao entender que o delito foi cometido no Brasil "e entre os cidadãos desse país, por isso escapa à competência da Justiça espanhola".

A Promotoria reivindica para Rosell uma pena mais alta, de cinco anos de prisão, acusando-o de fraude e corrupção. Pede dois anos para o pai do atacante do PSG e um para sua mãe, Nadine Gonçalves, enquanto o principal dirigente do Santos, seu presidente Odilio Rodrigues, pode pegar uma pena de três anos.

Multa para os clubes

O Ministério Público espanhol quer que o clube azul-grená pague uma multa de 8,4 milhões de euros (35,3 milhões de reais), à qual deve ser acrescida parte de uma indenização de 3,2 milhões (13,5 milhões de reais) relativa à responsabilidade civil, a serem pagos de forma solidária com Rosell, o presidente do Santos e o próprio clube brasileiro como pessoa jurídica. A equipe brasileira teria que arcar, por sua vez, com uma multa de 7 milhões (29,5 milhões de reais) e a N&N, de 1,4 milhão (5,9 milhões de reais).

O promotor do caso, José Perals, não vê, no entanto, indícios de crime que apontem para a participação do atual presidente da Barca, Josep María Bartomeu, nas irregularidades da contratação, por isso o deixou de fora da acusação. No entanto, a acusação particular feita pelo Grupo DIS pede cinco anos de prisão para ele.

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