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Irmã de Marielle Franco pede ajuda a Macron

Anielle Franco participa da Cúpula Mundial de Defensores dos Direitos Humanos em Paris

Silvia Ayuso
Foto postada por Anielle em 8 de outubro
Foto postada por Anielle em 8 de outubroReprodução/Facebook
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Anielle Franco, que participa em Paris da Cúpula Mundial de Defensores de Direitos Humanos, recebeu nesta segunda-feira, 29, um convite para se reunir com o presidente da França, Emmanuel Macron, no palácio do Eliseu. Anielle, irmã da vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL-RJ), aproveitou para pedir ajuda a Macron para o esclarecimento de um crime que, com a vitória de Jair Bolsonaro na eleição presidencial, ela teme que nunca venha a ser esclarecido. Marielle foi morta em março, quando seu carro foi atingido por vários tiros no centro do Rio.

Macron disse a jornalistas que aceitou o pedido de ajuda de Franco, depois de cumprimentar Bolsonaro com uma sucinta mensagem em que salientava a importância de que a França e o Brasil continuem defendendo conjuntamente os “valores comuns de respeito e promoção dos princípios democráticos”.

“Ele basicamente nos disse que [Bolsonaro] foi eleito democraticamente, o que é verdade. Mas lhe pedi que nos ajudasse para obter justiça, porque não acredito que estejamos seguras, e ele nos disse que nos podia ajudar com isso”, disse a irmã da vereadora assassinada. Anielle Franco se disse “muito assustada” com a vitória de Bolsonaro, por causa do ambiente de potencial impunidade que pode gerar.

“Estou muito assustada não só por ele, mas sim pelo que os militares possam supor que podem fazer agora. [Bolsonaro] é contra as mulheres, os negros, os homossexuais, é contra as mulheres no poder, contra os pobres… é uma loucura”, afirmou. Desde o assassinato de sua irmã, Anielle Franco assumiu muitas de suas bandeiras, mas agora confessa ter medo de “ficar sozinha” após a vitória da ultradireita. “Tudo aconteceu em março e ainda não temos nenhuma resposta, não sabemos de onde veio a bala. Fomos ameaçadas, tanto na Internet como cara a cara. Quando vou à escola ou ao trabalho, às vezes nos sentimos muito sozinhos no Brasil, não sabemos quem está nos protegendo e quem quer nos matar”.

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