Detido suspeito de ligação com pacotes-bomba enviados nos EUA
Com a descoberta de mais dois artefatos, endereçados a um senador e a um ex-diretor de Inteligência, chegam a 12 os ataques ocorridos nos últimos dias
![Polícia vigia uma área isolada em Manhattan](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/FYPFLAGUJROUKA5ACOH6N2Q6YM.jpg?auth=42af61b64894bbd7a1962c4998e23e4c8a516faf8698359f7abbc5b35a274ef8&width=414)
![Pablo Guimón](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2Fa00af343-f7c5-486c-a36f-64d793d68cb2.jpg?auth=2090fde44dc3ebde7bf0c8161790a138d14fe6ac1aa7e387dbc197fc9f4fc50b&width=100&height=100&smart=true)
As autoridades federais dos EUA detiveram um homem suspeito de ligação com a onda de pacotes-bomba enviados a destacadas figuras que costumam ser criticadas pela ala mais direitista do Partido Republicano. A detenção, segundo informações da TV CNN, ocorreu na Flórida, de onde se suspeita que tenham sido enviados pelo menos alguns dos pacotes.
The #FBI has confirmed an 11th package has been recovered in Florida, similar in appearance to the others, addressed to Sen. Cory Booker.
— FBI (@FBI) October 26, 2018
Os agentes examinaram uma caminhonete branca, com as janelas cobertas por adesivos, na cidade de Plantation, no sul da Flórida. O detido é um homem com idade entre 50 e 60 anos, segundo a polícia, que não especificou sua identidade nem as acusações específicas contra ele.
Dois novos pacotes explosivos, dirigidos ao senador democrata Cory Brooker e ao ex-diretor nacional de Inteligência James R. Clapper, foram interceptados nesta sexta-feira, 26, pelas autoridades federais americanas. Com as duas novas descobertas, ocorridas em Nova York e na Flórida, sobe para 12 o número de envios suspeitos interceptados nos últimos dias, destinados a figuras públicas desprezadas pela direita.
O pacote enviado a Clapper, que foi diretor de Inteligência no Governo do democrata Barack Obama, foi localizado na agência de correios que serve ao edifício Time Warner. Nele fica a redação nova-iorquina da CNN, à qual tinha sido remetido o pacote. Trata-se do segundo artefato explosivo dirigido à sede da rede de notícias na Midtown Manhattan: na quarta-feira, 24, um pacote destinado ao ex-diretor da CIA John Brennan forçou o esvaziamento da redação. Nesta sexta-feira, mais uma vez, as forças de segurança isolaram a área para que os especialistas em explosivos pudessem retirar o dispositivo suspeito.
![Cessar Sayoc, em uma imagem distribuída pela policial.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/4A5A7RDRIVPXJT5TOY3SVJ32IQ.jpg?auth=73e61f5dfc64df9cafca984a19a47f20b580cc3dfdf123e61725892813963ddc&width=414)
“Isto é terrorismo doméstico, está claro, não tenho nenhuma dúvida a respeito”, afirmou Clapper depois da descoberta.
O pacote dirigido a Brooker, senador democrata por Nova Jersey, foi interceptado na Flórida. O sul da Flórida é precisamente um dos lugares onde os investigadores estão concentrando seu trabalho, já que suspeitam que alguns dos pacotes tenham sido enviados de lá.
Os destinatários dos pacotes-bomba interceptados anteriormente foram Obama, o ex-vice-presidente Joe Biden, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, a congressista Maxine Waters, o ex-secretário de Justiça Eric Holder, o ator Robert De Niro e o multimilionário doador democrata George Soros. Nenhum dos dispositivos explodiu e ninguém ficou ferido. Todos têm em comum o fato de ter sido alvo de críticas e acusações do setor mais duro do Partido Republicano, inclusive do próprio presidente americano, Donald Trump.
Trump foi relativamente morno ao condenar a série de ataques, e não hesitou em apontar a tensão no país − que ele atribui aos meios de comunicação críticos de sua atuação − como terreno fértil que pode tê-los propiciado. A menos de duas semanas das eleições legislativas, Trump optou nesta sexta-feira por uma abordagem em tom eleitoral. “Os republicanos estão indo tão bem na votação antecipada e nas pesquisas, e agora acontece esta coisa de ‘bomba’ e o impulso diminui muito − as notícias não falam de política. Muito infeliz o que está acontecendo. Republicanos, saiam e votem!”, tuitou o presidente.