Nordeste é barricada do PT. PSDB luta por relevância em seis Estados
Tucanos perderam comando do Mato Grosso. João Doria, que já declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, disputa São Paulo com Márcio França
Fora do rol de protagonistas na disputa eleitoral pela primeira vez desde 1994, o PSDB terá no segundo turno das eleições estaduais uma oportunidade para tentar manter alguma relevância na política nacional. Depois de perder o Governo do Mato Grosso para Mauro Mendes (DEM) — Pedro Taques (PSDB) ficou apenas em terceiro lugar com 19% dos votos —, os tucanos tentarão segurar o Governo de São Paulo com João Doria, que enfrenta o atual governador, Márcio França (PSB), e retomar o Governo de Minas Gerais, onde o senador Antônio Anastasia enfrenta a surpresa Romeu Zema (Novo), cuja ascensão deixou o governador Fernando Pimentel (PT) de fora do segundo turno.
Além disso, os tucanos tentam manter o Governo do Mato Grosso do Sul, onde o governador Reinaldo Azambuja enfrenta o Juiz Odilon (PDT). Mas a perspectiva que mais empolga é a do ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite, que disparou na reta final e chega ao segundo turno à frente do governador José Ivo Sartori (MDB). As outras duas disputas tucanas são em Roraima e Rondônia, onde os tucanos Anchieta e Expedido Junior curiosamente enfrentam dois candidatos do PSL de Jair Bolsonaro, Antonio Denarium e Coronel Marcos Rocha, respectivamente.
A disputa em Minas também deve ter a influência de Bolsonaro, já que Zema pediu votos para o capitão reformado do Exército na reta final da campanha. Ele disse que vai aguardar posicionamento do partido Novo para decidir como procederá no segundo turno. Derrotado na eleição presidencial com apenas 4,76% dos votos, que lhe deram apenas o quarto lugar, Geraldo Alckmin disse que o partido deve tomar uma posição sobre o segundo turno na terça-feira, mas João Doria já adiantou em pronunciamento na noite deste domingo que vai apoiar Bolsonaro contra o PT nas próximas semanas. O destino do partido deve ser definido principalmente em São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, os maiores Estados em disputa.
Definições
Neste domingo, foram definidos 13 dos 26 Estados do país em 1º de janeiro de 2019 — a mesma quantidade de 2014. Sete deles estão na região Nordeste, onde todas as eleições encerradas reelegeram governadores, com destaque para o PT. Os petistas Rui Costa, Camilo Santana e Wellington Dias permanecem nos cargos em Bahia, Ceará e Piauí, respectivamente. Os petistas ainda disputam o Governo do Rio Grande do Norte com Fátima Bezerra contra Carlos Eduardo (PDT).
Outro partido que se destacou no primeiro turno é o PSB, que garantiu governos em Pernambuco, com a reeleição de Paulo Câmara, Renato Casagrande, no Espírito Santo, e João Azevedo, na Paraíba. O DEM também chama atenção, com duas vitórias, em Goiás, com o senador Ronaldo Caiado, e Mato Grosso, com Mauro Mendes. O PHS garantiu o Governo de Tocantins, com Carlesse, que ganhou sua segunda eleição no ano, Já o Acre ficou com o PP de Gladson Cameli.
Resultados como a reeleição de Flavio Dino (PCdoB), no Maranhão, e a eleição de Ratinho Jr. (PSD), no Paraná, já eram indicados pelos institutos de pesquisa, mas a influência da onda Bolsonaro na reta final da campanha trouxe surpresas em estados como Rio de Janeiro, onde o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) saltou à frente de Eduardo Paes (DEM), com quem disputa o segundo turno. O PSL de Bolsonaro ainda colocou o Comandante Moisés no segundo turno contra Gelson Merísio (PSD). Moisés tinha apenas 12% das intenções de voto segundo a última pesquisa antes da votação, e saiu do quarto lugar para ir ao segundo turno com 29,72%, colado a Merísio, que teve 31,12% dos votos.
Entre os governos definidos, apenas um deles ficou com o MDB: Renan Filho foi reeleito. Os emedebistas também seguem no páreo com Ibaneis, que disparou nas pesquisas de intenção de voto durante a campanha e enfrenta o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) no Distrito Federal; Helder, que disputa com Marcio Miranda (DEM) no Pará; e o governador José Ivo Sartori no Rio Grande do Sul. Já o PDT disputa quatro governos no segundo turno: com Waldez no Amapá, Amazonino Mendes no Amazonas, o Juiz Odilon no Mato Grosso do Sul e Carlos Eduardo no Rio Grande do Norte.
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