_
_
_
_

Itália abandona no mar outro barco com 224 imigrantes

Matteo Salvini, ministro de Interior italiano, chamou as pessoas resgatadas de "carne humana"

Um grupo de imigrantes é resgatado pela equipe do navio 'Aquarius', no dia 9 de maio.
Um grupo de imigrantes é resgatado pela equipe do navio 'Aquarius', no dia 9 de maio.Óscar Corral

O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, negou a entrada em seu país de um barco com bandeira holandesa da ONG alemã Lifeline com 224 imigrantes resgatados em frente à costa da Líbia. Em seus já habituais vídeos ao vivo nas redes sociais, Salvini explicou nesta quinta-feira o que está acontecendo com o navio e acusou à ONG de não respeitar as ordens da Guarda Costeira italiana e líbia: "A Guarda Costeira italiana avisou-lhes que não se movessem, que a Líbia se responsabilizaria [de resgatar os imigrantes], mas eses desgraçados, inclusive colocando em risco a vida dos imigrantes nesses botes, não escutaram a ninguém e intervieram carregando à força essa grande quantidade de seres humanos, de carne humana a bordo". Salvini advertiu que "as ONGs não pisarão nunca mais os portos italianos".

Há dez dias, o navio Aquarius, das ONGs Médicos sem Fronteiras e SOS Mediterranée teve que desviar seu rumo até Valência (Espanha), acompanhado de dois barcos da guarda costeira italiana, depois que o país negou a entrada dos 630 refugiados resgatados no mar.

Mais informações
630 refugiados rejeitados pela Itália chegam na Espanha entre lágrimas e abraços: “Goodbye, my friend”
Refugiado a bordo do barco Aquarius: “O que vou fazer? Estou no meio do mar. Isso pode durar um mês?”
Itália anuncia que fechará seus portos a barco de resgate com 600 migrantes

Salvini acrescentou que mandou uma nota oficial à Embaixada dos Países Baixos em Roma para saber se a embarcação da Lifeline pertence ao país. E agregou: "Itália vai ver esse barco em cartões postais, porque as regras devem ser respeitadas. Queremos acabar com a máfia da imigração clandestina que causa milhares de vítimas". Salvini, que também é líder do partido de ultradireita Liga, acrescentou que não permitirão a existência dos "táxis marítimos que depois desembarcam na Itália". O ministro do Interior atacou as ONGs, afirmando que elas "não fazem voluntariado", senão que "ajudam ao tráfico de seres humanos". Sobre os resgates, Salvini afirmou: "Esses falsos socorristas ligam mais para a própria carteira do que para salvar vidas". Ao falar dos países aos que pertencem os barcos, indicou: "Levem toda essa carga de seres humanos à Holanda, ou a Gibraltar, ao Reino Unido, à Espanha, à França ou onde queiram. Itália não pode assumir o fardo dos custos econômicos e sociais de uma imigração fora de controle".

Por sua parte, o ministro de Infraestruturas e Transportes, Danilo Toninelli, também informou que o barco de Lifeline está atuando "em águas líbias fora das regras do direito internacional" e que "embarcaram a 250 náufragos sem ter os meios técnicos para garantir sua segurança".

Mission Nr. 6 126 Menschen: gerettet! Unterstütze uns weiter. ❤️

Gepostet von LIFELINE am Mittwoch, 20. Juni 2018

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_