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Palestinos fazem novo dia de protestos após a matança em Gaza

Ao menos 60 manifestantes palestinos morreram e outros 2.400 ficaram feridos pela reação das forças israelenses aos protestos

Juan Carlos Sanz
Mulher palestina abraça nesta terça sua filha de oito meses, morta nos confrontos com Israel na Faixa de Gaza.
Mulher palestina abraça nesta terça sua filha de oito meses, morta nos confrontos com Israel na Faixa de Gaza.Mahmud Hams (AFP)
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Gaza vive nesta terça-feira outra jornada de protestos, após o massacre causado nesta segunda-feira por Israel, no dia mais sangrento do conflito em quatro anos. Ao menos 60 manifestantes palestinos morreram e outros 2.400 ficaram feridos pela reação das forças israelenses aos protestos que aconteceram na fronteira da Faixa pela mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. Há ao menos uma centena de feridos em estado grave. Nesta terça-feira, a fronteira foi novamente declarada zona militar fechada e o Exército impediu, por duas horas, a passagem de centenas de jornalistas antes de permitir que eles entrassem.

Além disso, está convocada uma greve geral na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, neste Dia da Nakba (desastre em árabe), em que os palestinos lembram sete décadas de exílio e de perda de territórios após o nascimento de Israel. 

Nesta terça, os palestinos estão enterrando as vítimas após os violentos confrontos com o Exército israelense. A de ontem foi a jornada mais sangrenta do conflito entre Israel e Palestina desde 2014 na Faixa de Gaza. O Exército israelense dispersou centenas de franco-atiradores, responsáveis pela maioria das mortes e dos feridos. Também utilizou gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Entre as vítimas desta segunda-feira estavam oito menores, entre eles, um bebê, Leila Al Ghandur, uma criança de oito meses recém completados que morreu após inalar gás lacrimogêneo, segundo informação do Ministério da Saúde palestino. Até o momento ainda não está claro a que distância estavam a criança e sua família da cerca que separa Gaza de Israel. 

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH) pediu nesta terça para que todas as partes exerçam a "máxima contenção" para evitar que se repita a "horrível violência" vivida ontem. "Estamos extremamente preocupados pelo que pode acontecer nesta terça, um dia muito emotivo para todos, e nas próximas semanas. Pedimos a máxima contenção. Já chega", escreveu o alto comissário, Zeid Ra'ad Al Hussein, nas redes sociais.

Durante as últimas sete semanas, a chamada Grande Marcha da Volta suscitou manifestações em massa na fronteira da faixa de Gaza com Israel, que deixaram até agora um saldo de uma centena de mortos e cerca de 10.000 feridos a bala. O Exército advertia à população de Gaza, mediante folhas escritas em árabe lançadas de aviões, de que não se aproximasse da fronteira de separação. Unidades de combate, forças especiais, serviços de inteligência e franco-atiradores foram enviados à fronteira para reforçar a operação militar existente.

A embaixada norte-americana em Jerusalém foi inaugurada nesta segunda-feira, após a mudança do prédio, que antes ficava em Tel Aviv. A decisão da mudança, tomada pelo presidente Donald Trump, aconteceu depois de os EUA mudarem sua postura de não reconhecer Jerusalém como capital de Israel até que a disputa fosse resolvida pelo acordo de paz. Em seu Twitter, Trump comemorou a abertura do prédio. "Grande dia para Israel, Parabéns", escreveu o mandatário.

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