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Lava Jato mira executivos da Petrobras e operadores financeiros por propina de 200 milhões de reais

Pagamentos teriam relação com contrato de 2,9 bilhões e reais entre a estatal e a empreiteira Odebrecht. Um dos alvos dos mandados de prisão executados nesta terça-feira é apontado como operador do MDB

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro.
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro.Agência Brasil
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A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira, dia 8 de maio, mandados de prisão e busca e apreensão na 51ª fase da Operação Lava Jato, que foi batizada de Operação Dejà Vu. De acordo com o Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR), os alvos das ordens de prisão são três ex-funcionários da Petrobras e três operadores financeiros, um deles um agente que se apresentava como intermediário de valores destinados a políticos vinculados ao MDB.

As investigações apontaram pagamento de propina de mais de 56,5 milhões de dólares (cerca de 200 milhões de reais) entre 2010 e 2012. Ainda segundo o MPF/PR, os pagamentos tinham relação com a obtenção de contrato, de mais de 825 milhões de dólares (cerca de 2,9 bilhões de reais), firmado em 2010 pela Petrobras com a Odebrecht, para prestação de serviços nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde, em nove países, além do Brasil.

Os pagamentos teriam sido realizados por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, de operadores financeiros e doleiros, especialistas em lavagem de dinheiro. Além do pagamento em espécie, foram utilizadas diversas contas no exterior e que estavam em nome de empresas offshores com sede em paraísos fiscais.

Para os ex-funcionários da Petrobras, há provas de repasses de cerca de 25 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de reais), transferidos em bancos estrangeiros de modo escalonado, em diferentes contas no exterior, para dificultar o rastreamento de sua origem e natureza ilícitas. As provas indicariam, ainda, que cerca de 31 milhões de dólares (cerca de 110 milhões de reais) foram destinados a agentes que se apresentavam como intermediários de políticos vinculados ao MDB.

De acordo com o procurador Roberson Pozzobon, a “51a fase da Operação Lava Jato revela um caso em que, infelizmente, houve o ciclo completo da corrupção. Mediante a promessa e o efetivo pagamento de mais de 200 milhões de reais de propina em favor de diversos agentes públicos, operadores financeiros e representantes de partidos políticos, a construtora Odebrecht foi ilicitamente beneficiada antes e durante a execução de um contrato de mais de R$ 3 bilhões com a Petrobras. Os prejuízos para os cofres públicos decorrentes dessas práticas criminosas ilustram bem os efeitos deletérios do capitalismo de cupinchas ou de compadrio”.

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