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EUA e aliados lançam ofensiva diplomática após ataque à Síria

Estratégia visa debilitar o apoio da Rússia e encurralar ainda mais o regime de Bashar al-Assad

Jan Martínez Ahrens
Mísseis na noite de Damasco
Mísseis na noite de DamascoHassan Ammar (AP)
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Depois da ação militar, a diplomática. Os Estados Unidos e seus aliados preparam uma ofensiva nos organismos internacionais para encurralar a Síria e a seu grande padrinho, a Rússia. Em um movimento conjunto, Washington, Londres e Paris querem fortalecer o processo de Genebra e abrir uma investigação de longo prazo sobre o uso e armazenamento de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad. O Conselho de Segurança da ONU, a União Europeia e a Liga Árabe são os eixos a partir dos quais se pretende ativar esta nova frente.

O ataque lançado na noite de sexta-feira contra alvos sírios em represália pelo uso de armas químicas na cidade de Duma deu a Washington e seus aliados um novo impulso para seguir um caminho que era considerado esgotado. Nos últimos meses, a Rússia se empenhou em proteger seu afilhado sírio. Por três vezes ela bloqueou nas Nações Unidas a renovação do mandato do grupo de investigação criado pela ONU para determinar o alcance do uso de armas químicas por Damasco. Moscou oferece como alternativa que as pesquisas sejam conduzidas por uma organização independente. O problema, segundo fontes diplomáticas ocidentais, é que a proposta russa se limita a exigir que a investigação conclua se foram utilizadas ou não armas químicas, mas evita que se estabeleça a autoria. Justamente o ponto que o Ocidente quer que seja esclarecido.

Para os Estados Unidos, não há dúvida quanto à responsabilidade síria. Nos documentos distribuídos pela Casa Branca durante a operação militar deste fim de semana se estabelece que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas contra a população civil em 30 ocasiões no último ano. A última foi no dia 7 na localidade rebelde de Duma, perto de Damasco. Nessa agressão, que provocou a intervenção militar aliada, as tropas de Assad usaram, segundo a versão de Washington, “gás de cloro e outro agente nervoso”. O resultado foram pelo menos 40 mortos e centenas de feridos.

Os Estados Unidos dizem ter informes de inteligência, relatos de vítimas e médicos e fotografias que confirmam esse uso. A mídia americana, além disso, divulgou que o Pentágono dispõe de amostras de sangue de vítimas que comprovam a utilização de agentes químicos.

Com base nisso, a Casa Branca quer agora dar outro passo em sua estratégia de isolamento de Damasco, impulsionando a denúncia do uso de armas químicas. Um dos foros escolhidos é o Conselho de Segurança de Nações Unidas, que discutirá nesta segunda-feira uma proposta dos aliados para que Síria elimine seu arsenal químico − uma promessa que Damasco e Moscou fizeram em 2013, quando os EUA planejavam um ataque punitivo, e nunca foi cumprida.

Outros pontos da ofensiva diplomática são a criação de uma comissão para determinar a autoria do ataque em Duma e a solicitação à Organização para a Proibição de Armas Químicas − que enviou neste fim de semana uma equipe à Síria para realizar uma investigação em Duma − para que determine em 30 dias a situação do arsenal químico sírio. Washington espera que essa pressão diplomática seja reforçada com uma declaração dos chanceleres europeus − que se reunirão nesta segunda-feira em Bruxelas − e com outra da Liga Árabe.

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