Datafolha: Lula cai e Joaquim Barbosa desponta com até 10%
Levantamento do instituto foi feito entre quarta e sexta. Sem petista, Marina cresce e encosta em Bolsonaro
Pesquisa Datafolha que entrevistou eleitores entre quarta e sexta-feira aponta uma queda de intenção de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral. Lula começou a cumprir pena de prisão há uma semana, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, Lula aparece com 31% dos votos em seu melhor cenário, uma queda em relação a seu melhor índice anterior (36%), registrado em janeiro pelo mesmo instituto. Ainda assim, o petista ainda lidera com folga em todas as simulações. Foram realizadas 4.194 entrevistas e a margem de erro do estudo é de dois pontos para mais ou para menos.
A queda do petista acompanha o crescente debate interno no PT com relação à candidatura de Lula. A informação oficial é que o ex-presidente será o candidato da legenda até o fim. Mesmo condenado e detido, o político pode ser candidato e até eleito - a palavra final é do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pode vir apenas na reta final de campanha, depois de agosto. A questão é que, até lá, o apoio de Lula, visto como candidato cada vez mais inviável, pode declinar. Isso poderia enfraquecer o papel do ex-presidente como cabo eleitoral. Todos no PT repetem que a decisão de desistir ou não da candidatura será de Lula.
Em uma análise publicada na Folha, dois diretores do Datafolha lembram um dado que mostra o impacto da prisão do petista na intenção de voto: queda na pesquisa espontânea. Esse é o tipo de levantamento em que o eleitor é instado a responder em quem pretende votar sem que seja citado nenhum nome e é considerado um bom termômetro. Nesta pergunta específica, as menções ao nome do petista caíram 4 pontos percentuais. Por outro lado, sua rejeição, que já vinha em queda, caiu ainda mais.
Quanto à prisão em si, 54% dos ouvidos pelo Datafolha acham que ela foi "justa" contra 40% que discordam. Outra pesquisa no final de semana, do instituto Ipsos, traz números um pouco melhores para Lula e sua campanha para provar que ele está sendo perseguido politicamente pela Lava Jato. Neste sábado, o jornal Estado de S. Paulo divulgou dados do levantamento do Ipsos que mostram um país mais dividido quanto à prisão do petista (50% a favor e 46% contra). O dado mais positivo para o PT na pesquisa, que tem três pontos de margem de erro, mostra que uma ampla maioria da população (73%) concorda com a afirmação de que "os poderosos querem tirar Lula da eleição". Outros 55% concordam com a afirmação de que ele sofre perseguição na operação.
Joaquim Barbosa desponta
O Datafolha também perguntou aos eleitores sobre intenção de voto em cenários em que o ex-presidente não está na urna eletrônica. Com o petista fora, o deputado de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL), recém denunciado por racismo no Supremo Tribunal Federal, e a ex-senadora Marina Silva (Rede) aparecem grudados na liderança. Bolsonaro tem 17% e a ex-ministra do Meio Ambiente de Lula oscila entre 15% e 16%.
Ainda nos cenários sem Lula, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aparece com entre 7% e 8%, colado com o pedetista Ciro Gomes (9%). A novidade do levantamento é a inclusão do nome do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa. Recém filiado ao PSB, mas sem nem sequer ter lançado pré-candidatura presidencial, ele aparece com até 10% das intenções de voto.
O instituto também investigou qual o destino dos votos de Lula, com ele fora da disputa. A resposta, até o momento, é que a maior parte dos lulistas declara voto branco ou nulo quando ele não está entre os candidatos, especialmente no Nordeste. Entre os que se dispõem a escolher um outro nome, Marina Silva é citada por 20%, seguida por Ciro (15%), mas até Bolsonaro, Alckmin e Barbosa ganham mais menções (5%) do que outros candidatos esquerdistas mais próximos de Lula, como o petista Fernando Haddad (3%), Guilherme Boulos, do PSOL (3%), e Manuela D'Ávila, do PCdoB (3%).
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