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“Príncipe Harry está obcecado com Meghan”, diz biógrafo da realeza britânica

Andrew Morton está prestes a publicar um livro sobre a noiva do príncipe e revela segredos da relação do casal

Meghan Markle e o príncipe Harry da Inglaterra durante uma visita à Irlanda do Norte
Meghan Markle e o príncipe Harry da Inglaterra durante uma visita à Irlanda do NorteGETTY
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Meghan Markle é uma menina carismática em constante busca por sua identidade, devido à sua família fraturada e ao fato de ser birracial. Uma graduada em Relações Internacionais que poderia ter virado diplomata. Uma atriz por vocação que quando criança ensaiava o discurso de aceitação do Oscar, mas que levou oito longos anos para alcançar o sucesso. Uma ativista pela igualdade de gênero que chegou a proferir um discurso na ONU. Uma arrivista muito estratégica na hora de escolher suas amizades. Uma celebrity viciada em redes sociais. E uma companheira com a qual o príncipe Harry compartilhará os privilégios e as obrigações que o sobrenome dele impõe. São algumas das facetas que o escritor Andrew Morton – autor da controvertida biografia Diana: Sua Verdadeira História, que fez a monarquia britânica tremer em 1992 – atribui á noiva real em seu novo livro, intitulado Meghan: A Hollywood Princess, que sairá no dia 12 no Reino Unido.

O autor falou com membros da família da atriz (por exemplo, seu meio-irmão Tom), amigos e professores para escrever o livro. Mas que ninguém espere uma biografia incendiária, repleta de segredos escandalosos; a maioria de entrevistados a retrata sob uma luz favorável. Entre as exceções está seu primeiro marido, o produtor Trevor Engelson, que não quer, literalmente, nem ouvir falar dela. “Conversei com ele rapidamente, e assim que pronunciei o nome de Meghan ele passou de afável a frio como o gelo. É evidente que a dor da separação deles ainda é profunda”, comenta Morton ao EL PAÍS. Ninaki Priddy, sua ex-melhor amiga – que, segundo o biógrafo, vendeu suas lembranças e fotos com Meghan por uma soma de seis dígitos –, afirma que Markle quer ser “a princesa Diana 2.0”. E, embora não tenha participado do livro, a meia-irmã de Meghan, Samantha (nascida Yvonne), também deixou claro em vários tuítes e entrevistas o pouco afeto que têm uma pela outra. “Yvonne sempre foi ciumenta e ressentida porque sentia que seu pai dedicava muito mais tempo e atenção a Meghan”, observa o escritor.

O que mais surpreendeu Morton é “como Harry e ela se conectaram rapidamente. Meghan sempre tinha sido muito precavida e, entretanto, atirou-se totalmente”. O autor dá detalhes do seu primeiro encontro (em julho de 2016 em Londres, num encontro às cegas orquestrada por uma amiga comum, Violet von Westenholz); de sua primeira viagem juntos, a Botsuana (aonde Harry já havia levado outras três garotas); e de como suportaram a distância com numerosos voos Londres-Toronto e muitas horas de Skype. Embora a flechada tenha sido mútua, Morton opina que o príncipe tem mais sorte por tê-la ao seu lado do que o contrário. “Sem dúvida. Harry está obcecado com Meghan, da mesma forma como Edward VIII estava obcecado por Wallis Simpson. E se mostrou tão protetor porque sabia que ela se poderia se assustar. Participar da família real é um trabalho duro, especialmente numa posição onde você sabe que vai ser fotografada e observada o tempo todo.”

Andrew Morton.
Andrew Morton.Gtresonline

Simpson também era norte-americana e divorciada, mas as semelhanças param por aí. No entender do biógrafo, a comparação mais pertinente não seria nem com ela nem com a princesa Diana, e sim com a rainha Letizia, da Espanha: “Meghan e Letizia são exatamente o mesmo caso: duas mulheres com uma carreira de sucesso, divorciadas, ambiciosas, centradas, com muita determinação e fortes opiniões, e forçadas pelas circunstâncias a guardarem um voto de silêncio”. Os membros da casa real não podem se posicionar politicamente, mas, antes de conhecer Harry, Markle deixou muito claras as suas inclinações. “Meghan já falou sobre feminismo e igualdade de gênero, declarou que não gosta de Trump e que queria que Hillary Clinton fosse presidenta. Tem sido muitíssimo mais franca que Kate Middleton, e a partir de agora tem que tomar cuidado com isso”, adverte Morton. E, entretanto, o escritor diz ter obtido a informação de que a reina Elizabeth II está encantada com o noivado: “Conversei com gente no palácio e me disseram que há anos, quando Harry era basicamente um bêbado, [a rainha] não o teria autorizado a se casar, porque teria pensado que não ia durar. Mas agora tem confiança neles”.

Quando seu pai a levar ao altar, em 19 de maio (“Assim será, duas fontes diferentes me confirmaram”, antecipa Morton), Markle – que descende de escravos por parte de mãe – terá oferecido um caráter mais inclusivo à instituição monárquica do que qualquer outra noiva real. Será que ela irá se adaptar na nova “firma”? “Ela vai achar muito duro no começo: nova casa, nova vida, nova cultura, começar uma família... Tem muito que digerir. Mas como alteza real e duquesa terá um megafone para falar com o mundo”.

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