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O adeus a Billy Graham, o mais influente pregador evangélico dos EUA

Conselheiro de vários presidentes norte-americanos, pastor faleceu aos 99 anos, de causas naturais

O pastor evangélico Billy Graham em sua casa, em Montreat (EUA), em uma imagem de 2006
O pastor evangélico Billy Graham em sua casa, em Montreat (EUA), em uma imagem de 2006Charles Ommanney (Getty)
Amanda Mars
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O pregador evangélico norte-americano Billy Graham, morreu nesta quarta-feira, aos 99 anos, em sua casa, na Carolina do Norte (sul dos EUA). Confidente de Richard Nixon, conselheiro espiritual de George W. Bush e de Dwight Eisenhower e próximo de Bill Clinton, entre outros presidentes norte-americanos, Graham foi uns dos pastores mais influentes da história do seu dos Estados Unidos, um verdadeiro transformador da vida religiosa nacional. Doente de câncer e do mal de Parkinson, estava havia mais de uma década aposentado dos púlpitos. Seus concorridíssimos sermões, que ele chamava de “cruzadas”, deram a ele a fama de um homem anguloso, com uma lista considerável de admiradores e críticos.

Jeremy Blume, porta-voz da Associação Evangélica que leva seu nome, informou que Billy Graham faleceu às 8h (10h em Brasília) na sua residência, na localidade de Montreat. O pastor evangélico nasceu em 1918 numa família de agricultores e começou sua carreira como pregador nos subúrbios de Chicago. A fama começou a obter alcance nacional a partir dos anos cinquenta, depois de uma primeira grande cruzada em Los Angeles (1949) e outra que promoveu em 1957 em Nova York e o consagraria como um astro religioso. Ao todo, mais de 200 milhões de pessoas assistiram aos mais de 400 sermões que proferiu ao longo da sua vida, que dedicou também a promover o trabalho missionário por todo o mundo.

Só em um país onde a religião está tão presente na política, e onde as referências a Deus são frequentes nos discursos de republicanos e democratas, entende-se a relevância histórica de Billy Graham. Ajudou George W. Bush a superar o alcoolismo e é apontado como o responsável pelo renascimento religioso do ex-presidente republicano (2001-2009).

De suas conversas com Richard Nixon, muitas delas gravadas em fitas depositadas no Arquivo Nacional, provêm alguns dos aspectos mais ambíguos do personagem, incluindo comentários de cunho antissemita. Mesmo assim, a empresa de pesquisas Gallup incluiu regularmente Graham entre as 10 figuras mais admiradas no mundo.

Em 2006, passou o bastão ao seu filho Franklin, que assumiu o comando da Associação Evangélica Billy Graham. É também pregador, mas muito mais polêmico que o pai e autor de declarações islamofóbicas proferidas depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. “É uma religião má e perversa”, disse o filho, na época. “Não atacamos o islamismo, foi o islamismo que nos atacou. O deus do islamismo não é o mesmo Deus [dos cristãos]. Não é o filho do Deus da fé cristã ou judaico-cristã. É um deus diferente", acrescentou.

A morte de Billy Graham foi lamentada por líderes políticos e religiosos de todo o mundo, entre eles o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), e o ex-presidente Barack Obama (Democrata).

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