O adeus a Billy Graham, o mais influente pregador evangélico dos EUA
Conselheiro de vários presidentes norte-americanos, pastor faleceu aos 99 anos, de causas naturais
O pregador evangélico norte-americano Billy Graham, morreu nesta quarta-feira, aos 99 anos, em sua casa, na Carolina do Norte (sul dos EUA). Confidente de Richard Nixon, conselheiro espiritual de George W. Bush e de Dwight Eisenhower e próximo de Bill Clinton, entre outros presidentes norte-americanos, Graham foi uns dos pastores mais influentes da história do seu dos Estados Unidos, um verdadeiro transformador da vida religiosa nacional. Doente de câncer e do mal de Parkinson, estava havia mais de uma década aposentado dos púlpitos. Seus concorridíssimos sermões, que ele chamava de “cruzadas”, deram a ele a fama de um homem anguloso, com uma lista considerável de admiradores e críticos.
Jeremy Blume, porta-voz da Associação Evangélica que leva seu nome, informou que Billy Graham faleceu às 8h (10h em Brasília) na sua residência, na localidade de Montreat. O pastor evangélico nasceu em 1918 numa família de agricultores e começou sua carreira como pregador nos subúrbios de Chicago. A fama começou a obter alcance nacional a partir dos anos cinquenta, depois de uma primeira grande cruzada em Los Angeles (1949) e outra que promoveu em 1957 em Nova York e o consagraria como um astro religioso. Ao todo, mais de 200 milhões de pessoas assistiram aos mais de 400 sermões que proferiu ao longo da sua vida, que dedicou também a promover o trabalho missionário por todo o mundo.
Billy Graham was a humble servant who prayed for so many - and who, with wisdom and grace, gave hope and guidance to generations of Americans.
— Barack Obama (@BarackObama) February 21, 2018
The GREAT Billy Graham is dead. There was nobody like him! He will be missed by Christians and all religions. A very special man.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 21, 2018
Só em um país onde a religião está tão presente na política, e onde as referências a Deus são frequentes nos discursos de republicanos e democratas, entende-se a relevância histórica de Billy Graham. Ajudou George W. Bush a superar o alcoolismo e é apontado como o responsável pelo renascimento religioso do ex-presidente republicano (2001-2009).
Um homem de Deus que deixou um grande legado para as gerações. Glorifico a Deus pela vida de Billy Graham! pic.twitter.com/y5htb9tz1s
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) February 21, 2018
De suas conversas com Richard Nixon, muitas delas gravadas em fitas depositadas no Arquivo Nacional, provêm alguns dos aspectos mais ambíguos do personagem, incluindo comentários de cunho antissemita. Mesmo assim, a empresa de pesquisas Gallup incluiu regularmente Graham entre as 10 figuras mais admiradas no mundo.
Em 2006, passou o bastão ao seu filho Franklin, que assumiu o comando da Associação Evangélica Billy Graham. É também pregador, mas muito mais polêmico que o pai e autor de declarações islamofóbicas proferidas depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. “É uma religião má e perversa”, disse o filho, na época. “Não atacamos o islamismo, foi o islamismo que nos atacou. O deus do islamismo não é o mesmo Deus [dos cristãos]. Não é o filho do Deus da fé cristã ou judaico-cristã. É um deus diferente", acrescentou.
Billy Graham passed away this morning at his Montreat, North Carolina, home and met his Savior, Jesus Christ. Mr. Graham was 99. For more visit: https://t.co/BqTSDigeaT
— BGEA (@BGEA) February 21, 2018
A morte de Billy Graham foi lamentada por líderes políticos e religiosos de todo o mundo, entre eles o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), e o ex-presidente Barack Obama (Democrata).
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