Cristiane Brasil, derrotada após semanas de bloqueio na Justiça
PTB desiste de indicar a deputada federal, filha de Roberto Jefferson, para o Ministério do Trabalho
Roberto Jefferson havia prometido "levar até o fim" a indicação de sua filha para o Ministério do Trabalho. Após sete semanas de incertezas, contudo, o PTB decidiu se render e declinar da indicação da deputada federal Cristiane Brasil (RJ) para comandar a pasta. O anúncio foi feito pelo presidente da legenda. "Diante da indecisão da ministra Cármen Lúcia em não julgar o mérito neste 1º semestre, o PTB declina da indicação", escreveu Jefferson em seu perfil no Twitter.
O líder partidário se refere ao bloqueio da posse de sua filha pela Justiça, iniciado no dia 8 de janeiro pelo juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, que acatou um questionamento sobre a "moralidade administrativa" da deputada. Esse impedimento foi referendado na segunda instância e derrubado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas voltou a valer após cair na mão da presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, no fim de janeiro.
A presidenta do tribunal decidiu que é o STF que terá a última palavra sobre o caso, mas não marcou o julgamento, prolongando o limbo da deputada do PTB. O caso se tornou exemplar do agravamento da disputa entre o Executivo e o Judiciário. O impedimento de Cristiane, para os críticos do ativismo dos tribunais, viola a prerrogativa do presidente de nomear seus ministros.
As acusações
A ação contra a deputada se baseia em problemas da deputada com a Justiça trabalhista, numa novela judicial que teve seu ápice público na aparição da quase-ministra com amigos empresários sem camisa em um barco. Ao comentar a desistência no Twitter, Jefferson disse que "a decisão do partido visa proteger a integridade de Cristiane e não deixar parada a administração do ministério".
O presidente do PTB agradeceu ao presidente Michel Temer "e aos companheiros do partido pelo apoio e respeito com Cristiane Brasil durante esse período de caça às bruxas". O anúncio da desistência vem no rastro da mudança de pauta do Governo federal, que trocou os esforços que vinha sendo feitos na tentativa de aprovar a reforma da Previdência para tratar da intervenção federal no Rio de Janeiro.
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