Quase 4 milhões de pessoas no pré-carnaval de SP apontam novo recorde de público
Balanço da prefeitura mostra que total de foliões nos blocos de rua é maior que esperado. No ano passado, festa recebeu 3 milhões de pessoas durante todo o carnaval
O jovem com uma grande caixa de isopor avisava em alto em bom som aos foliões que lhe pediam mais cerveja e água. “Acabou tudo, esta é a última garrafinha d'água”, dizia ele com olhos arregalados, num misto de satisfação, mas também de frustração. “Deveria ter trazido mais mercadoria”, queixou-se ele, ao ver que muitos fantasiados sedentos partiam em busca de outro ambulante. Estava no bairro de Pinheiros, no bloco Solteiro e Vagabundo, capitaneado pelo músico João Suplicy, um dos 106 que se apresentaram no Carnaval de São Paulo no primeiro dia de pré-carnaval. Era o saldo de um dia de público que excedeu o esperado. Foram quase 4 milhões no final de semana, sendo mais de 2 milhões de pessoas só neste sábado, e 1,85 milhões no domingo circulando pela cidade. Saíam de um bloquinho para outro, driblando as dificuldades na metrópole que tinha fila para pegar metrô, principalmente da linha amarela, que cobre a zona oeste da cidade. “Vim para cá por primeira vez para curtir o carnaval de São Paulo”, contava Wagner, de São José dos Campos, enquanto circulava por Pinheiros.
Neste domingo, a folia também foi superlativa. Ao contrário do Solteiro e Vagabundo, que integrava o time dos blocos pequenos com centenas de foliões que saíram de outros blocos menores por ali, grupos como o Acadêmicos do Baixo Augusta arrastaram um milhão de pessoas, segundo estimativa dos organizadores, que seguiram o cortejo liderado pela rainha Alessandra Negrini, vestida de Iansã. Vai ser muito difícil que o carnaval deste não bata um novo recorde de público. Só o público de sábado já soma o mesmo número de pessoas do carnaval de 2016. No ano passado, foram 3,5 milhões no carnaval todo. Agora, o pré-carnaval se mostrou tão entusiasmado quanto a festa em si.
A prefeitura de São Paulo percebeu que a festa era para valer e neste ano se esforçou para sair do clima de provocação com os foliões de São Paulo. Depois de usar frases de impacto no ano passado que irritaram parte da população, neste ano o prefeito João Doria parece ter se rendido ao fato de que não adiantaria jogar contra uma realidade que se impõe a cada ano na capital paulista. O carnaval cresce, inclusive chamando turistas de fora da cidade. Como empresário, Doria sabe que onde há muito público há boas chances de fazer negócio, com patrocinadores e afins, tornando a cidade mais acolhedora. Sair da rota de colisão com a população também é uma estratégia inteligente para o prefeito que viu sua popularidade cair e agora adota uma linha mais “Doria paz e amor”. Se a festa for um sucesso, ele poderá capitalizar essa empreitada...
A infraestrutura da cidade, porém, ainda não se adaptou a tamanha adrenalina popular. Com as ruas lotadas, e saindo de um bloco para o outro, o paulistano encontrou no sábado o metrô lotado, principalmente a linha amarela, que trabalhou com horário reduzido. Com a demora no acesso à estação houve quem pulasse a catraca para acelerar a passagem, e outros que ficaram meia hora esperando até que o próximo trem passasse para embarcar de uma estação a outra. Um jornalista da Folha de S. Paulo flagrou brigas, inclusive ouviu o som de de tiros de balas de borracha. Pelo sim pelo não, a Via Quatro, empresa responsável pela Linha Amarela, anunciou logo cedo neste domingo que https://twitter.com/metrosp_oficial/status/960068039671799808https://twitter.com/metrosp_oficial/status/960068039671799808os trens da via funcionariam normalmente sem horário reduzido neste domingo.
A festa, porém, não conseguiu evitar registros de violência que deixaram vítimas fatais. Dois foliões morreram dentro de um posto de gasolina do bairro de Pinheiros, como informa o portal G1, depois de um homem sacar um revólver e atirar em meio a uma discussão.
A secretaria Municipal de Transportes também precisou ampliar algumas linhas de metrô no mesmo sábado para atender ao fluxo de foliões na zona oeste. A prefeitura trabalhou em conjunto com a Secretaria, a Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana e a Companhia de Engenharia de Tráfego para coordenar as atividades do carnaval. No Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), uma força tarefa que incluiu pessoas da Secretaria de coordenação das prefeituras regionais, Limpurb e até SAMU se organizou para acompanhar por monitores o fluxo de pessoas na cidade neste final de semana.
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