Irmã de turista espanhola desaparecida no Peru há seis dias: “Ninguém procura por ela”
Jovem de 28 anos viajava há dois meses pela América Latina quando desapareceu há seis dias em Cusco. Após a entrevista, cônsul da Espanha informou a família sobre o início da investigação
Tamara Salazar Ayala tinha a voz angustiada nesta segunda-feira, 8 de janeiro, ao telefone: “Minha irmã desapareceu há seis dias no Peru, e ninguém procura por ela.” Nathaly, de 28 anos e residente em Valencia (Espanha), foi vista pela última vez em Cusco, após sair cedo de um hostel para visitar o sítio arqueológico de Moray, ali perto. Pegou uma bolsa com seu passaporte e um pouco de dinheiro, deixando a bagagem no quarto. Seu telefone está fora de área. Nathaly, que em 2 de janeiro vestia calça legging preta, jaqueta rosa e calçado de montanha, realizava seu sonho de percorrer a América Latina, numa viagem iniciada há dois meses e meio.
O cônsul da Espanha no Peru telefonou neste domingo para Tamara. “[Ele] me disse que a polícia peruana quer continuar esperando, pois os turistas às vezes fazem excursões longas, e há lugares com pouca cobertura [de celular]. Mas ela deixou tudo no hotel. Não levou equipamentos para passar vários dias na montanha. Deveriam buscá-la, ir ao lugar que ela visitaria. Precisamos que o Governo espanhol intervenha”, disse a irmã da desaparecida, de Barcelona, onde mora e trabalha. Horas depois da publicação desta notícia, o cônsul voltou a ligar para Tamara, avisando sobre o início da investigação. “Começaram a rastrear seu celular e seu cartão bancário. Também estiveram na pousada.”
Orientados pelo Consulado da Espanha em Lima, os pais da jovem apresentaram uma denúncia em Valencia, onde residem. “Nos disseram que é importante que a polícia espanhola interceda porque será necessária a sua ajuda.” Tamara e Nathaly são de origem equatoriana, mas chegaram à Espanha com seus pais ainda crianças, com 11 e 12 anos, respectivamente. Ambas têm nacionalidade espanhola.
“Nathaly sempre havia desejado percorrer a América Latina de mochila, como fazem muitos europeus, e conhecer suas raízes”, diz Tamara. Formada em Educação Física, a jovem visitou primeiro Quito, onde nasceu e continua tendo família. Depois passou por Guayaquil, Piura e outras cidades antes de desaparecer em Cusco. Pretendia atravessar do Peru para a Bolívia, de onde seguiria para o Chile e a Argentina.
Apesar do longo tempo de viagem, Nathaly não é rica. Seu pai dirige um guindaste e sua mãe trabalha com limpeza. O casal mora no bairro de Patraix. Antes de partir, a jovem trabalhava numa barraca de alimentos latinos de uma amiga no Mercado Central de Valencia.
Nathaly financiou seu percurso com o dinheiro que havia poupado e se oferecendo para trabalhar nas pousadas onde se hospedava, a exemplo de outras mochileiras que conhecera. “No [hostel] de Cusco, já havia combinado que ajudaria”, diz a irmã.
Foi Tamara quem soou o alarme ao ver que o telefone de Nathaly estava desligado e não respondia às mensagens. “Liguei para o hostel para perguntar. Depois de cerca de duas horas, me telefonaram para dizer que não sabiam nada desde 2 de janeiro, e que as coisas dela continuavam no quarto compartilhado onde dormia.”
As últimas imagens de Nathaly foram registradas por várias câmeras de segurança do hostel e das ruas próximas, por volta das 7 da manhã (hora local). Num dos vídeos, ela é vista trocando dinheiro no bar do hotel. Em outro, aparece perguntando ao guarda do estabelecimento como chegar às ruínas arqueológicas, situadas a uma hora e meia de ônibus de Cusco. Nas imagens seguintes, ela é vista caminhando na rua com sua jaqueta rosa.
“Ela é prudente. Sei disso porque a conheço e porque me disseram outras viajantes que cruzaram com ela nas últimas semanas”, diz Tamara. “Precisamos que alguém tome uma atitude e faça alguma coisa. Ela desapareceu há seis dias e ninguém tem nenhuma pista.”
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