_
_
_
_
_

27% dos franceses usam a mesma cueca de novo: veja o que acontece ao fazer isso

No caso dos britânicos, o percentual é de 18%. Por que as mulheres são mais limpas?

Mais informações
Oito hábitos que pensávamos que eram saudáveis (e que seria melhor largar imediatamente)
Erros que você não sabe que comete ao se barbear

Como acontece com quase tudo na vida, há pessoas que, na hora de tomar qualquer decisão, pensam em grande escala e analisam todas as hipóteses possíveis, enquanto outras são mais propensas a não perder tempo com a maioria dos assuntos. Isso também sucede na escolha da roupa íntima.

As pessoas do primeiro tipo olham muito bem o que usam ao mesmo tempo que se colocam questões as mais variadas: é melhor ir supercombinado para o caso de nesta noite rolar, isto não ponho porque imagina se sofro um acidente e o médico me vê com esta coisa fuleira, esta jaqueta não combina com a saia, estas calcinhas não caem bem, são antiquadas ou incômodas....

No outro lado do espectro do comportamento humano, há um grande número de indivíduos que, simplesmente, põe a mão na gaveta e extrai a primeira peça que pegar. E ponto. Mas, pelo que se vê, existe ainda uma terceira tipologia e é mais numerosa do que imaginávamos: a daqueles sujeitos que, subjugados pela lei do mínimo esforço, simplesmente se cobrem com as cuecas do dia anterior... o que precedeu este.

Sim, dizemos cuecas e não calcinhas, lingerie ou biquíni porque, neste assunto, o gênero marca sem dúvida a diferença: a maioria de pessoas que repete o modelito de underwear sem passar pela lavadora é homem. Não se deve esquecer que a falta de higiene nessa zona — produzida, vale lembrar, pelo acúmulo de resquícios de suor, urina ou fezes — pode provocar sérios problemas de saúde, tanto em homens como em mulheres.

"É recomendável, em caso de elevada transpiração, trocar de roupa íntima, pois a umidade é caldo de cultura de vários micróbios”, Gema García Gálvez, ginecologista no Hospital Quirón de Madri

"Embora por razões anatômicas óbvias elas estejam mais expostas à entrada de micro-organismos, os homens tampouco estão isentos de contrair, entre outros problemas, infecções urinárias e fungos, ou um simples e desagradável comichão em ambos os sexos, e uma infecção vulvovaginal nas mulheres. Também é recomendável, em caso de elevada transpiração, trocar a roupa íntima, pois a umidade é caldo de cultura de vários micróbios”, diz Gema García Gálvez, ginecologista no Hospital Quirón de Madri.

Quem comenta os dados relacionados com os hábitos do ritmo de troca de nossa roupa interior é Mike Eaton, fundador da marca Hero Clean, cujo singular objetivo é fabricar todo tipo de sabão para uso masculino: sabão de máquina de lavar roupa e lava-louças, limpadores universais...

Segundo esse especialista, as necessidades de limpeza de homens e mulheres são diferentes e, por isso, diz, seus produtos são mais varonis e têm uma estética, um aroma e até uma química diferente, especializada em limpar “as manchas típicas associadas aos homens” em um tipo de tecido que, com frequência, é menos delicado que os usados em roupas femininas.

Comparando os padrões comportamentais em relação ao uso da roupa íntima na França e na Grã-Bretanha, os dados falam por si: enquanto na França até 27% dos homens reconhece que usa a mesma roupa interior por vários dias consecutivos, entre os british, o porcentual é de 18%. Pelo contrário, 91% das mulheres francesas e 93% das britânicas usam sempre roupa íntima limpa (nós nos referimos às calcinhas; não é necessário lavar os sutiãs todos os dias nem é bom para a roupa).

"O comportamento e a percepção que os rapazes e as garotas têm das coisas é muito diferente", diz Eaton sobre o assunto. Provavelmente, acrescenta, “muitos homens simplesmente pegam suas cuecas, cheiram-nas, bem por cima, e pensam: “Bah, vou usar de novo”. O recorde nesse assunto é dos garotos franceses, e alguns confessaram (o que já é algo que requer coragem) que chegaram a repetir até seis vezes seguidas...Garotos: a reciclagem não era isso!

Por que elas são mais limpas?

Para a orientadora e especialista em hábitos saudáveis Natàlia Calvet, a questão da roupa íntima é tremendamente social. “Existe uma pressão muito grande sobre as mulheres para que sejam perfeitas, bonitas e limpas, muito menos constatada no caso dos homens. Além disso, este tipo de rotina normalmente é criada pela imitação de nossos modelos de gênero. O pai, no caso deles, a mãe, no delas, o que faz com que se repitam certos estereótipos de conduta”, explica.

É um assunto — o da aquisição de hábitos — que pode ser observado também no modo como homens e mulheres incorporam novas práticas saudáveis. As mulheres frequentemente querem fazer tudo perfeitamente perfeito, ou seja, se o que se propuseram é fazer dieta, têm que segui-la em 100%, e se for ir à academia, se impõem comparecer todos os dias sem falta. Perseguem tanto a perfeição que se frustram e podem até chegar a jogar a toalha no caso de falharem. Por sua vez, os homens costumam ter um approach mais flexível. Não tendem a se autopressionar tanto para conseguir a perfeição.

Ok, mas entre o autopressing máximo e o relaxamento extremo há uma ampla margem, não? Como se viu, fica claro que arranjar-se com cuecas usadas — algo que não se resolve virando-as pelo avesso, deixemos isso claro — é, além de muito pouco glamoroso, nada aconselhável se você não quiser que uma miríade de micro-organismos acampe em suas partes íntimas. Desalinhados do mundo, não se desanimem: nunca é tarde para tomar um novo rumo (nem para trocar de cuecas).

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_