8 fotosOito hábitos que pensávamos que eram saudáveis (e que seria melhor largar imediatamente)Nós os praticamos pensando que é o mais recomendável para nosso corpo e, na verdade, não trazem nenhum benefício (alguns são até mesmo contraproducentes)Ángeles Gómez López17 jan. 2017 - 14:54BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaPerder peso é um clássico na lista de propósitos saudáveis, e não é de se estranhar, porque quase metade da população tem sobrepeso, segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde brasileiro. A fruta nos dá água, hidratos de carbono, fibra, vitaminas e minerais, mas “como os hidratos de carbono são uma fonte de energia, é melhor consumi-los quando iremos nos manter ativos”, explica a endocrinologista Iris de Luna, do Hospital Universitário Quirón Salud Madrid, na Espanha. O metabolismo mantém certos ritmos ao longo do dia (cronobiologia), e de noite, o fígado é mais eficiente no armazenamento de açúcares no formato de glicogênio. Quando os depósitos de glicogênio estão cheios, o excesso de açúcares se transforma em triglicérides. A fruta contém frutose (um açúcar de absorção rápida), e se não for utilizado na hora, é armazenado e pode favorecer o aumento de triglicérides. Essa é a razão pela qual “em um plano de emagrecimento, não é recomendável substituir o jantar por fruta”, diz a doutora. Sua recomendação: consumir a fruta como café da manhã, no meio da manhã e como lanche.Seja por motivos de saúde ou por moda, o certo é que os antiglúten crescem cada vez mais. Nos Estados Unidos, um terço da população tirou essa proteína de sua alimentação e o exemplo também vale para o Brasil, a julgar pela quantidade de produtos sem glúten nas prateleiras dos supermercados (e nos cardápios dos restaurantes). Camilo Silva, especialista em Endocrinologia e Nutrição da Clínica Universidade de Navarra, ressalta que não se deve fazer nenhuma modificação dietética por conta própria e sem o diagnóstico de um médico. “Pode derivar em uma dieta menos saudável, com um aumento na ingestão de carnes e queijos magros, mas também pode complicar a dieta em pessoas com doenças, como a diabetes”, alerta. Além das consequências que pode ter sobre a ingestão de fibras e de certas vitaminas e ferro, “é preciso levar em conta que a dieta antiglúten pode encarecer a cesta de compras em 1.400 euros (4.770 reais) por ano por pessoa”, estima.Os alérgicos e intolerantes à lactose são um coletivo cada vez mais numeroso e o leite de vaca é, para muitos, outra das ameaças à saúde. O endocrinologista da Clínica Universidade de Navarra alerta que deixar de tomar leite “pode limitar desnecessariamente a ingestão de cálcio e de vitaminas A, D, E e B”. Desmente que os preparados lácteos ou outros tipos de leite (como leite de soja, por exemplo) sejam nutricionalmente equivalentes ao leite de vaca e frisa: “A substituição do leite como produto de riqueza nutricional não é fácil”.Ao contrário da opinião generalizada de que é mais saudável consumir produtos lácteos desnatados, um estudo publicado no Scandinavian Journal of Primary Health Care conclui que o consumo de lácteos ricos em gordura se correlaciona com um risco menor de desenvolver obesidade. Na opinião do nutricionista Walter Willett, da Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA), uma explicação para essa descoberta é que os produtos integrais saciam mais e, além disso, os ácidos graxos dos lácteos têm um efeito adicional na regulação do peso.Uma boa lavagem de mãos com água e sabão é a forma mais eficaz de limpar e liminar germes. Mas a preocupação com o risco de contrair infecções favoreceu a demanda crescente por sabões antimicrobianos, uma medida que além de não ser útil, pode aumentar o risco de doenças alérgicas, adverte a Universidade de Harvard (EUA), além de favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos.Diante da poluição, nos proteger com uma máscara de papel é uma medida ineficaz porque “apesar de não deixarem passar as partículas grandes, as menores (0,1 micra) chegam facilmente até o fim do aparelho respiratório (e inclusive na corrente sanguínea) e causam problemas”, esclarece Carmen Diego, coordenadora da Área de Meio Ambiente da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (Separ). E para nos proteger dos gases poluentes, “não há máscara que funcione”, acrescenta a pneumologista. Há outras máscaras mais sofisticadas, com filtros, que “são melhores que as de papel, mas também não evitam que respiremos ar poluído”, insiste Carmen Diego.É verdade que não é bonita a visão de sujeira saindo pelos ouvidos, mas daí a transformar hastes flexíveis e sprays em indispensáveis para a higiene diária há um abismo. Ana Machado, otorrinolaringologista do Hospital Universitário Quirón Madrid, destaca que “o ouvido tem seus próprios mecanismos de limpeza fisiológicos. O cerúmen é uma substância que protege das infecções no ouvido devido a suas funções bactericidas”. Se o cerúmen se acumula e forma um tampão, “é preciso ir ao especialista para que o retire mediante o procedimento mais conveniente”. Nem tente fazer isso em casa. Um relatório da Oxford University Hospitals (Reino Unido) alerta que as hastes podem alterar a mencionada autolimpeza e machucar o tímpano.Na cozinha encontramos outro erro clássico. A lava-louças lava a temperaturas de até 65 graus centígrados, impossíveis de suportar ao lavar à mão, mas esse excesso de higiene pode não ser tão bom para os pequenos. Um estudo sueco publicado na revista Pediatrics conclui que as crianças de famílias que lavam à mão têm menos eczemas que os que usam a máquina (23% a 38%) e apenas 1,7% das crianças onde os pratos são limpos à base de bucha têm asma, um problema do qual padecem 7,3% das crianças de lares em que a louça é lavada em máquina. A razão, segundo esses pesquisadores, é que a lavagem à mão não é tão eficiente e deixa restos de micróbios que tornam mais difícil desenvolver alergias.