Erros que você não sabe que comete ao se barbear
Qual aparelho? Devo barbear-me a contrapelo? Quanta loção pós-barba usar?
Fazer a barba parece simples: um pouco de espuma, lâmina para cima e para baixo, e pronto. Mas a realidade é que todo mundo sabe como fazê-la... mal. Pedimos conselho a Roberto Martín, barbeiro com mais de 20 anos de experiência e responsável pela barbearia Malayerba, cortes e barbeações finas em Madri, e Carles Suñé, jornalista catalão criador do portal No sin mi barba [Não sem a minha barba], que passou ao papel num livro em espanhol. Segundo eles, estes são os erros mais comuns:
1. Molho um pouco o rosto antes de me barbear e então
Para fazer a barba, não há outra maneira, você deve abrir a torneira. Se ousar fazê-la a seco, vai ficar dois dias com o rosto vermelho vivo... Carles indica que a água quente deve ser a primeira a correr: “O calor enfraquece o pelo e a lâmina desliza com mais facilidade. O ideal é tomar uma ducha antes e assim você já fica com os poros abertos”. Roberto, com seu gosto pelo mais clássico, acrescenta o uso de toalhas: “Molhamos a toalha em água quente, tiramos o excesso de água e a colocamos sobre o rosto durante alguns minutos. É pouco habitual fazer isso em casa, mas o vapor liberado pela toalha é o melhor para abrir os poros”. Uma vez começado o corte com a lâmina, é importante fazê-lo no estilo clássico wetshaving, que consiste em manter o rosto hidratado entre cada passada da lâmina, sempre com água quente. O último passo é abrir a torneira na marca azul: “Água fria só quando tiver terminado, para enxaguar e fechar os poros”, conclui Roberto.
> Nos acompanhe pelo Twitter e pelo Facebook
>> Assine a newsletter semanal do EL País Brasil
2. Sou Clint Eastwood e me barbeio a contrapelo
A primeira coisa que se aprende sobre fazer a barba é que sempre se deve passar a lâmina na direção em que cresce a barba (para descobrir qual é, passe os dedos pelo rosto e quando perceber que parece estar despenteando um cachorro, então você está fazendo isso a contrapelo). Se você passar a lâmina no sentido contrário, ela deslizará muito mais rápido e você acaba antes, embora o normal é que você também acabe “saltando o poro”. “Na terminologia de barbearia, “saltar o poro” significa a típica gota de sangue que brota depois da passagem da lâmina. Se isso acontecer, pare”, diz Roberto, mas ele reconhece a eficácia do método, porque quando a lâmina é passada a contrapelo ela corta mais perto da raiz: “Se sua pele o permite, você pode fazer a segunda passagem da lâmina a contrapelo, mas é importante voltar a colocar espuma”. Dominar a técnica do contrapelo pode levá-lo ao nível Clint Eastwood de barbeação, como Carles chama o mais alto nível, mas também o de Hommer Simpson.
3. Compro o aparelho mais barato
Fazer a barba custa dinheiro; os preços das lâminas são um escândalo, e dos cremes e loções também. Embora Carles esteja convencido de que o que realmente custa os olhos da cara é se barbear no estilo low cost: “Vale a pena usar uma lâmina boa, assim como o aparelho elétrico. Se você economizar, pode acabar com o rosto como o eccehomo de Borja”. Na verdade, não se podem esperar os mesmos resultados de uma lâmina de barbear que se paga com uma nota e aquela que custa algumas moedas; estas muitas vezes têm pouco fio e enferrujam antes. Embora Roberto proponha uma opção em desuso que, na verdade, é mais barata: “Os aparelhos de barbear clássicos, com lâminas substituíveis, são mais baratos que os atuais, mas exigem alguma destreza para usá-los”. Talvez realmente valha a pena aprender a lidar com esses aparelhos vintage especialmente porque são mais sustentáveis que os de plástico.
4. Uso apenas uma mão
Talvez você acredite que não seja necessário, mas quando faz a barba tem de usar sempre as duas mãos. Uma move o aparelho, enquanto a outra mão o acompanha e se dedica a esticar a pele. Carles considera o esticamento uma das pedras angulares da raspagem facial: “Se alguma área é mais difícil, você consegue melhores resultados esticando a pele do que passando a lâmina 20 vezes sobre ela. Na verdade, assim você só consegue irritar a pele”. Ao esticar a pele, o aparelho desliza melhor e você coloca os poros a favor da lâmina, então largue a pia, pois ela não vai cair.
5. Igualo as costeletas olhando para uma bochecha e depois para a outra
A primeira coisa que você tem de fazer para conseguir deixar as costeletas com o mesmo tamanho é não confiar no seu rosto. Acima de tudo, desconfie da altura das orelhas, que é o que normalmente se usa como referência visual na hora de dar forma às costeletas. “É preciso traçar uma linha imaginária saindo do nariz e calcular a partir daí”, diz Carles: “Você também pode tentar colocar os dedos na área de corte a partir da altura da orelha, mas como não somos simétricos, costuma haver falhas”. É importante não estimar a altura a olho e fazer uma espécie de estudo pessoal das suas dimensões. É difícil não errar, mas com a prática e testando diferentes alturas você acaba pegando o jeito e pode ter costeletas tão perfeitas quanto as de Elvis.
6. Movimento o barbeador elétrico com se fosse um aparelho manual
Más notícias: os anúncios de televisão mentiram porque barbeadores elétricos não servem para se barbear diariamente. Alguns quase conseguem, mas, de acordo com Carles, ainda lhes falta algo para atingir a eficácia da lâmina: “Se você usar o barbeador elétrico, não conseguirá um bom resultado. O ideal é combiná-lo com a lâmina; se você tem barba longa, o barbeador elétrico é o melhor para cortar antes de raspar”. O barbeador elétrico como complemento é algo que se descobre depois de testá-lo por alguns dias, embora possa ser muito bom se você movimentá-lo corretamente pelo rosto. Aí costuma estar o erro. Devemos movimentar o aparelho de cima para baixo como a lâmina? Roberto dissipa as dúvidas: “Você tem que movimentá-lo em círculos, fazendo pequenos círculos pelo rosto. É assim que se corta, você percebe pelo som”. Movimentar o aparelho de cima para baixo, como se fosse uma brocha, só faz sentido no final, ao repassar. Em relação aos movimentos circulares, os anúncios dizem a verdade.
7. Coloco toneladas de pós-barba, mesmo tendo a pele sensível
O pós-barba (loção aplicada depois do barbear) vem do tempo em que era preciso passar álcool no rosto para evitar infecções provocadas por cortes, mas hoje não é um produto sempre indicado. Se você é um daqueles que têm a pele sensível, evite as ofertas que incluem a loção pós-barba no pacote da colônia: “Esses pós-barba costumam usar a fórmula da fragrância e têm álcool. É muito melhor aplicar produtos mais naturais, bálsamos ou loções com aloe vera depois do barbear”, diz Carles. Embora nesse aspecto nossos médicos não concordem, Roberto está entre aqueles que apreciam a sensação velha guarda da autêntica loção pós-barba: “Depende da pele, mas algumas pessoas toleram bem a loção. Eu pessoalmente gosto porque me dá essa sensação mais antiga, como nossos pais se barbeavam”.
8. Faço a barba todos os dias
Embora talvez não haja escolha, porque alguns chefes continuam não aceitando a barba de dois dias...
É óbvio que o nível de irritação é maior em quem que se barbeia diariamente, mas Roberto acredita que pode ser suavizado com uma boa preparação antes do barbear: “Primeiro uma ducha para abrir os poros, ou água quente no rosto e, antes da espuma, um óleo pré-barbear, que muita gente já está começando a usar”. Um barbear contínuo requer mais produtos e, portanto, mais tempo, mas o verdadeiro problema é daqueles que têm pele sensível ou pele normal, mas naqueles momentos que está irritada. “Nesse caso, são necessários intervalos entre um barbear e outro, e passar a lâmina sempre a favor do pelo”, acrescenta Carles. Ele destaca também a importância do uso de um creme hidratante diário, a melhor maneira de evitar vermelhidões futuras quando a pele não estiver tão favorável.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.