_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Cristina Kirchner ou a hora da justiça

Argentina deve investigar todos os casos duvidosos do período kirchnerista

Cristina Fernández de Kirchner, nesta quinta-feira em Buenos Aires.
Cristina Fernández de Kirchner, nesta quinta-feira em Buenos Aires.MARCOS BRINDICCI (REUTERS)
Mais informações
Juiz decreta prisão de Cristina Kirchner e pede autorização ao Congresso para detê-la
Cristina Kirchner: “Querem-me calada, mas não vão me assustar”

A hoje senadora Cristina Kirchner era presidenta da Argentina em 2013 quando seu Governo assinou um memorando com Teerã que permitia ao Irã interrogar os suspeitos do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que fez 85 mortos em 1994. Esse documento nunca entrou em vigor porque o Irã não o ratificou, mas foi a base das investigações do procurador Nisman, que apresentaria suas conclusões ao Congresso quando foi morto a tiros em sua casa, em Buenos Aires, em janeiro de 2015. E agora o é no caso reaberto pelo juiz Bonadio. O magistrado acusou a ex-presidenta de suposta “traição à pátria” e “encobrimento agravado” por tentar dar impunidade aos terroristas e pediu a suspensão do foro privilegiado ao Senado para poder prendê-la. A ex-presidenta também foi denunciada por corrupção em outro caso.

Em uma primeira reação, Cristina Kirchner acusou o atual presidente, Mauricio Macri, de conspirar contra ela. O certo é que algumas novidades permitiram retomar o caso sem que isso implique em politizar a atuação da justiça.

Se a investigação sobre a morte do promotor Nisman quatro dias depois de atribuir a Kirchner um plano para dar imunidade aos iranianos determinou na ocasião que foi um suicídio, em setembro uma nova perícia concluiu que ele foi assassinado. E o juiz Bonadio reabriu o caso que havia sido arquivado em 2015. Ele convocou 14 investigados e ordenou que a ex-presidenta fosse processada. Como possui imunidade parlamentar por ser senadora, o juiz pede a suspensão do foro privilegiado de Kirchner para que sejam esclarecidas as responsabilidades em um triste capítulo da história argentina e sua submissão, como todos os cidadãos, a uma justiça que já sentou no banco dos réus vários altos funcionários do kirchnerismo por corrupção. É hora de dissipar a névoa de enriquecimentos ilícitos que cercou seu mandato.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_