_
_
_
_

A um mês das eleições catalãs, empate entre independentistas e eleitores pró Espanha unida

Pesquisa da Metroscopia revela que representantes dos dois blocos teriam 46% cada um. Há 23% de eleitores indecisos, e PP, partido de Mariano Rajoy, perde força

Ines Arrimadas, líder do Ciudadanos na Catalunha
Ines Arrimadas, líder do Ciudadanos na CatalunhaJOSEP LAGO (AFP)

Após o furacão que desestabilizou a Espanha com um referendo ilegal e um pedido unilateral de independência da Catalunha, a região continua dividida ao meio. A menos de um mês da eleições regiões, há um claro empate entre a população que deseja criar um novo país e outra que espera ver a tensão superada com todos os espanhois unidos, segundo levantamento do insituto Metroscopia para o EL PAÍS. Os catalães encaram no próximo dia 21 de dezembro uma nova eleição para eleger seus representantes do Parlament (Parlamento catalão), depois que o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou, no dia 27 de outubro, a dissolução do parlamento atual e a saída de Carles Puigdemont da presidência do Governo da Catalunha. Após a intervenção do Executivo no Governo regional, as pesquisas apontam para um empate entre o bloco independentista (que reúne representantes dos partidos Junts per Catalunya, ERC e CUP) e o constitucionalista (Ciudadanos, PSC e PP), que defende a permanência da região na Espanha. Ambos obteriam 46% de intenções de voto se as eleições fossem hoje, segundo o levantamento.

GRÁFICO: Sondagem sobre a situação política em Catalunha
GRÁFICO: Sondagem sobre a situação política em Catalunha

A eleição autônoma catalã foi convocada depois da declaração de independência da região feita pelo ex-presidente destituído e com uma ordem de prisão de Puigdemont – está atualmente na Bélgica e deve ser extraditado. Depois de meses de instabilidade política, a pesquisa surpreende pelo bom resultado do bloco constitucionalista que, em 2015, não conseguiu atingir sequer 40% dos votos. Naquele ano, o independentismo atingiu 47,7%, e os três partidos claramente constitucionalistas somaram 39,1% (embora o não à independência tenha superado então os 50% ao integrar os membros de Catalunya en Comú, o partido da prefeita de Barcelona, Ada Colau). Desta vez, o secessionismo poderia perder a maioria absoluta por uma cadeira.

Mais informações
A almejada independência da Catalunha
Grandes poderes tecnológicos que preocupam
Líder da Catalunha se encontrou com Assange para promover secessão
Maioria dos catalães e os demais espanhóis concordam com antecipação das eleições regionais

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 22 deste mês, quando já estava claro que haverá três listas independentistas e havia sido descartada uma candidatura unitária parecida com a de Junts pel Sí de 2015. A pesquisa aponta uma participação de cerca de 80%, a mais alta em eleições autônomas catalãs, e registra 23% de indecisos, a maioria mulheres de mais de 65 anos e residentes na província de Barcelona.

O levantamento do Metroscopia prevê que o independentismo conseguiria 67 vagas e ficaria a uma da maioria absoluta, frente a 72 que tinha na Câmara anterior. O ERC seria o partido mais votado – com 26,5% e 39 deputados – enquanto o Junts per Catalunya (a marca eleitoral do PDeCAT) obteria 13,6% e 21 cadeiras. A CUP teria sete parlamentares e 5,9% dos votos. Se confirmado esse cenário não seria possível que assumisse um presidente independentista, a não ser que contasse com o apoio de Catalunya en Comú, que obteria oito deputados, três a menos do que os que tinha Catalunya sí que es Pot, mas suficientes para alcançar a maioria absoluta. Previamente será preciso esclarecer se os ex-conselheiros que estão na prisão poderão ir votar após tomar posse e saber o que farão os que estão em Bruxelas, com Carles Puigdemont à frente, caso não possam delegar seu voto.

Ciudadanos é a formação que cresce mais: ele se consolidaria como a principal força da oposição, com 25,3% dos votos e 35 deputados. Desse modo, Inés Arrimadas capitalizaria o voto contrário à independência em detrimento do PP, que ficaria como a última das sete formações do Parlament. A lista encabeçada por Xavier García Albiol conseguiria 5,8% dos votos e seis deputados, frente aos 11 de 2015.

O PSC também se beneficiaria da maior participação. A lista encabeçada por Miquel Iceta pousou em 2015 com 16 deputados e agora poderia obter 19 e 14,9% dos votos, números muito semelhantes aos de 2012, quando os socialistas catalães defendiam a consulta legal e por acordo. O aumento da votação se explicaria também pelo apoio que mostraram à candidatura socialista os líderes da extinta Unió, como Josep Antoni Duran Lleida.

Junqueras é o líder mais bem avaliado

O ex-vice-presidente da Generalitat (Governo catalão) Oriol Junqueras é o líder mais apreciado pelos catalães, que lhe dão 46% de aprovação, acima dos 43% obtidos por Carles Puigdemont e dos 42% de Marta Rovira, a secretária geral da Esquerra Republicana. O líder do PSC, Miquel Iceta, e o cabeça de lista do En Comú Podem, Xavier Domènech, empatam com 36%, seguidos por Inés Arrimadas (29%), pelo candidato do PP, Xavier García Albiol (19%), e por Carles Riera, o presidenciável da CUP, com 14%. Curiosamente, os eleitores da formação anticapitalista aprovam com 96% Junqueras e Rovira, enquanto seu candidato só consegue o apoio de 39% de seus eleitores.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_