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Coutinho fica no Liverpool e deixa Barça sem sonhada contratação

Cresce descontentamento da torcida catalã pela saída de Neymar e a ausência de reforços

Ramon Besa
Philippe Coutinho no jogo último da seleção contra o Equador.
Philippe Coutinho no jogo último da seleção contra o Equador.Andre Penner (AP)

Philippe Coutinho fez de tudo para jogar no Barça. Inclusive deixou de vestir a camisa do Liverpool, apesar de ter reaparecido com um gol pela seleção brasileira na vitória sobre o Equador (2 x 0). Sem jogar por seu time, esperava que o Barcelona vencesse a resistência dos proprietários norte-americanos do clube de Anfield. Ninguém, nem em Liverpool nem em Boston, aceitou as ofertas apresentadas desde o Camp Nou, até quatro tentativas segundo a versão catalã, a última perto dos 160 milhões de euros (cerca de 600 milhões de reais). A resposta foi sempre a mesma do primeiro dia: Coutinho não sairá do Liverpool antes de 2018. A diretoria do Barcelona não soube o que fazer para destravar a situação, confiando excessivamente no acordo que tinha com Coutinho, que acabou sendo inscrito pelo Liverpool na Champions. O problema foi o clube inglês, e o Barça por não ter um plano B.

O Barcelona também não conseguiu contratar Marco Verrati, do PSG. Apesar de haver consenso sobre a necessidade de contratar o volante italiano, ninguém sabe quem negociou nem o que aconteceu com o clube francês. A confissão de Unai Emery, treinador do PSG, a Ernesto Valverde, do Barça, em uma reunião de técnicos europeus realizada na quarta-feira na Suiça foi especialmente reveladora. “Asseguro que Verrati gosta do Barcelona, como é normal que goste, mas nunca foram atrás dele”, afirmou o treinador do time francês ao comandante do Barça, segundo conversa captura pelas câmeras de televisão do Sevilla. Aqui o problema foi o Barcelona.

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Também se soube que o clube catalão não quis investir em Kylian Mbappé, o jovem jogador do Mônaco que também acabou no PSG, quando foi oferecido e preferiu apostar em Ousmane Dembélé, do Borussia Dortmund da Alemanha. Talvez confiasse que depois de contratar o atacante francês, também poderia fechar com Coutinho, o jogador cujo impacto poderia compensar de certo modo a partida de Neymar.

Dessa forma, o elenco do Barcelona ficou aparentemente pior do que na temporada passada, apesar das chegadas de Paulinho (150 milhões de reais), o português Semedo (112),o espanhol Deulofeu (45) e Dembélé (390). O clube investiu cerca de 700 milhões depois de receber 825 por Neymar. O resultado não corresponde às expectativas do clube nem da equipe, depois que Valverde afirmou: “Queremos uma equipe melhor, mais competitiva”; que o diretor Pep Segura anunciara antes de derrotar o Betis, no primeiro jogo do campeonato espanhol, que estava “próximo” de chegar a um acordo com Coutinho e Dembélé; e que o diretor esportivo Robert Fernández apostou em conseguir “uma ou duas contratações”, no dia da apresentação de Dembélé.

As alternativas de jogadores como Di María, com que negociou até a última hora, e Lemar (Monaco) não deram frutos por questões econômicas, da mesma forma que também não se resolveu o capítulo das baixas. Entre os que saíram estão os brasileiros Douglas (Benfica) e Marlon (Nice) e o francês Mathieu (Sporting Lisboa). Mas não se encontrou destino para André Gomes, Vermaelen e Arda Turan, que pode parar no futebol turco, onde o mercado permanece aberto até o dia 8 e poderia ir para o Galatasaray. O plantel parece extenso e envelhecido demais para os desejos de Valverde.

Ante o panorama, alguns torcedores se reuniram durante a noite da sexta-feira última no Camp Nou para expressar seu descontentamento pela atitude da diretoria. Depois será preciso ver qual será a relação com Messi. O argentino ainda não renovou o contrato apalavrado com o Barça. Apesar de o acordo ter a assinatura de seu pai, Jorge, o documento é inválido sem o visto de Leo, que mantém em aberto a possibilidade de não prorrogar o contrato que acaba em 2018 se entender que o clube não cumpriu a promessa de melhorar uma equipe que no ano passado só ganhou a Copa do Rei. A conjuntura obriga tomar decisões na área técnica do Barcelona.

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