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Mesquitas espanholas denunciam agressões islamofóbicas

Templos muçulmanos de Granada, Sevilha e Logroño foram pichados com mensagens de ódio Manifestantes lançaram rojões perto de uma das mesquitas

José Manuel Abad Liñán
Pichações islamofóbicas na sede da Fundação Mesquita de Sevilha.
Pichações islamofóbicas na sede da Fundação Mesquita de Sevilha.Europa Press
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As mesquitas de Granada e Sevilha denunciaram à polícia que sofreram agressões islamofóbicas após os atentados na Catalunha. Na noite de sábado, um grupo de extrema-direita lançou rojões e proclamou mensagens xenofóbicas ao lado da mesquita maior de Granada, situada no bairro de Albaicín. Em Sevilha, apareceram pichações na fachada da sede da Fundação Mesquita de Sevilha.

A Polícia Local de Granada recebeu, às 21h (16h em Brasília), um aviso do serviço de emergência alertando sobre a presença de um grupo de 12 radicais que alteravam a ordem pública na porta do templo. Os jovens, membros do coletivo Hogar Social (Lar Social), dirigiram-se à mesquita com cartazes gritando palavras de ordem como "terroristas", "vocês são financiados pelo Estado Islâmico" e "fora da Europa", segundo a agência Europa Press. Os radicais lançaram um rojão "com a intenção de que a fumaça fizesse os muçulmanos saírem de dentro da mesquita", criando uma situação de "medo e pânico" entre os moradores da área.

O presidente da mesquita de Granada, Malik Ruiz, afirmou ao EL PAÍS que o incidente durou apenas "10 ou 15 minutos". No momento dos distúrbios, centenas de pessoas estavam nos jardins do templo, onde não era realizado um culto. Os jardins são abertos ao público em geral.

É a primeira vez que a mesquita de Granada, inaugurada em 2003, 23 anos depois do primeiro projeto, sofre agressões desse tipo. "Já havíamos recebido telefonemas anônimos, sobretudo depois dos atentados, mas nunca tínhamos visto algo assim." Ruiz destaca que os manifestantes exibiam um cartaz.

Com a chegada da polícia ao local, situado a poucos metros do mirante de San Nicolás, um dos pontos mais frequentados pelos turistas que visitam Granada, houve uma dispersão dos manifestantes sem que nenhum deles fosse detido. O grupo Vamos, Granada, que fiscaliza as ações municipais, convocou uma marcha neste domingo, em frente à mesquita, para protestar contra a agressão. A instituição apresentou de manhã uma denúncia contra os radicais por crime de ódio, afirmando que "está avaliando os incidentes."

Vandalismos em Sevilha, Tarragona e Logroño

Na capital da Andaluzia, a Fundação Mesquita de Sevilha, um dos órgãos de representação da comunidade muçulmana, denunciou no sábado à Polícia Nacional o aparecimento de pichações islamofóbicas e xenófobas em sua sede no centro da cidade. As mensagens continham insultos como "Assassinos! Vão pagar por isso" e "Mouro que reza, facão na cabeça! Stop Islam!"

Segundo informou à Europa Press o porta-voz da associação, Jalid Neto, a Fundação Mesquita de Sevilha realizou uma denúncia por considerar que as pichações constituem crime de ódio. Nieto afirmou que foi aconselhado por policiais locais, que compareceram ao local para registrar o incidente após serem avisados por moradores.

Em 18 de agosto, apareceram pichações similares na fachada da mesquita de Montblanc (comarca de Conca de Barberà, Tarragona), com ameaças de morte e insultos à comunidade muçulmana.

Malik Ruiz confirmou que grafites similares apareceram na manhã deste domingo num centro de oração de Logroño (capital da província de La Rioja) e que os administradores pretendem denunciá-los.

Os Mossos d'Esquadra (polícia regional da Catalunha) pediram que as mesquitas não sejam criminalizadas. "São lugares de culto, onde as pessoas vão rezar", afirmou o major do corpo policial catalão, Josep Lluís Trapero.

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