_
_
_
_

EUA planejam ação militar se escalada bélica continuar na Coreia do Norte

Washington prepara uma nova resolução do Conselho de Segurança para fortalecer o atual regime de sanções

Embaixadora norte-americana Nikki Haley
Embaixadora norte-americana Nikki HaleyJEWEL SAMAD (AFP)

O Conselho de Segurança das Nações Unidas instou o regime norte-coreano a cessar as provocações e cumprir imediatamente suas obrigações internacionais. Dessa maneira tenta aumentar a pressão sobre Pyongyang com novas sanções para conter suas ambições nucleares e aceitar negociar uma solução diplomática. Os Estados Unidos dizem estar preparados para mobilizar sua capacidade militar se as reprimendas econômicas não detiverem a escalada.

Mais informações
EUA e Coreia do Sul lançam mísseis em resposta a teste norte-coreano
Trump ameaça a Coreia do Norte: “Nossa paciência acabou”
Retratos da tristeza da Coreia do Norte pelas lentes de uma Polaroid
Mais de 2.000 pessoas se despedem em Ohio do jovem que a Coreia do Norte manteve preso

A embaixadora norte-americana Nikki Haley começou seu discurso dizendo que “o mundo é mais perigoso hoje”. “Não perseguimos o conflito”, disse a representante da administração de Donald Trump. Mas considera que o último teste balístico mostra a intenção do regime “de levar seus mísseis nucleares a cidades dos Estados Unidos”. “Essas ações fazem com que a possibilidade de uma solução diplomática seja mais difícil de alcançar”, disse.

Em seu discurso ao Conselho de Segurança, a diplomata norte-americana disse que “os EUA estão preparados para utilizar toda a sua gama de capacidades” para defender e proteger seus aliados. “Uma das nossas capacidades repousa sobre nossa considerável força militar”, disse, “recorrermos a ela se for necessário”. Mas logo a seguir disse: “preferimos não ter de ir nessa direção”.

Haley antecipou que está preparando uma nova resolução para aumentar as sanções contra a Coreia do Norte, “proporcionais à nova escalada”. “Temos que fazer mais”, disse, abrindo o leque de medidas a outros países que apoiam o regime. A prioridade, insistiu, é conseguir a plena desnuclearização da península norte-coreana e disse que espera fazê-lo trabalhando com a China.

A reunião foi convocada com urgência, a pedido dos Estados Unidos com o apoio do Japão e da Coreia do Sul. Neste mês, as reuniões do órgão que vela pela paz e a segurança mundial serão presididas pela China, o principal aliado da Coreia do Norte, que como membro permanente tem poder de veto. A reunião foi realizada na véspera da cúpula do G20.

O teste balístico da segunda-feira é a evidência mais clara até agora das intenções nucleares do regime norte-coreano. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou com contundência o lançamento porque representa “um agravamento perigoso” da tensão na península coreana e pediu aos membros do Conselho de Segurança para preservar a unidade na hora de enfrentar a crise.

“É uma violação inaceitável das resoluções e do Tratado de Não Proliferação”, avaliou o embaixador francês na ONU, François Delattre, “um limite muito sério foi ultrapassado”. Portanto, ele considera que “não há tempo a perder”. A nova resolução que será apresentada, acrescenta o britânico Matthew Rycroft, não só deve fortalecer o regime de sanções, como aprofundá-las, “é preciso ir mais longe”.

Os EUA aproveitaram novamente para pedir à China agir de forma decidida para acabar com essa situação. Mas, apesar da mostra evidente de que a administração de Donald Trump perde a paciência com essa situação, Washington acaba por não apresentar uma estratégia clara para lidar com a crise para além de enviar mensagens a Pequim ameaçando sanções econômicas.

O Tesouro dos EUA já incluiu na semana passada um banco chinês entre as empresas, organizações e indivíduos sujeitos a sanções para interromper as transferências de dinheiro ao programa nuclear da Coreia do Norte. As Nações Unidas também têm sua própria lista, que foi atualizada há alguns meses. Mas o regime de Pyongyang está sendo capaz de se esquivar de todas as medidas.

As resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança proíbem expressamente que a Coreia do Norte desenvolva mísseis e tecnologia nuclear. O regime norte-coreano está violando sistematicamente os acordos internacionais de não proliferação. Por meio de Guterres, está sendo instado a respeitar suas obrigações internacionais. Pequim tenta fazer com que as potências se sentem para negociar com Pyongyang e rejeita a ação militar.

O embaixador da China na ONU, Liu Jieyi, insiste que o desafio norte-coreano deve ser resolvido através da cooperação e do diálogo, para assim alcançar uma solução duradoura para a crise. “Se a tensão só aumenta”, disse, “mais cedo ou mais tarde escapará do nosso controle e as consequências podem ser terríveis”. Pequim propôs que a Coreia do Norte suspenda os testes nucleares e balísticos em troca de que EUA e Coreia do Sul façam o mesmo com testes militares conjuntos.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_