_
_
_
_

Trump ameaça a Coreia do Norte: “Nossa paciência acabou”

Presidente dos EUA defende uma “resposta firme ante o programa nuclear deste regime implacável e brutal”

Jan Martínez Ahrens
Trump com o presidente da Coreia do Sul
Trump com o presidente da Coreia do SulEvan Vucci

Os mísseis, até agora, são verbais. O presidente Donald Trump elevou hoje a tensão com o seu arqui-inimigo, Coreia do Norte, afirmando que “a paciência estratégica mantida durante anos pelos Estados Unidos chegou ao fim”. “Enfrentamos a ameaça de um regime brutal e implacável, cujo programa balístico e nuclear exige uma resposta firme. Nosso país busca a paz e a prosperidade, mas sempre nos defenderemos e defenderemos nossos aliados”, proclamou Trump num breve e contundente discurso na Casa Branca, acompanhado por seu homólogo sul-coreano, Moon Jae-in.

Mais informações
Relatório secreto vincula Coreia do Norte a ataque cibernético WannaCry
EUA fazem teste sem precedentes para interceptar mísseis no Pacífico
Kim Jong-un aprova instalação de novo míssil após o último teste
Míssil norte-coreano ofusca cúpula chinesa sobre nova Rota da Seda

A reprimenda, com sua inquietante insinuação de um eventual choque, veio depois de uma descrição repleta de dramatismo. “Milhões de coreanos morreram de fome ante a indiferença de um regime que não respeita a vida humana nem seus vizinhos.” Moon Jae-in concordou com as palavras. E advertiu que o maior desafio de Seul e Washington é o perigo nuclear do vizinho do norte. “Devemos mostrar a eles nossa determinação e combinar sanções com diálogo”, afirmou, em tom mais moderado.

Em ambos os discursos, houve referências ao falecido Otto Warmbier. O trágico destino do universitário, condenado a trabalhos forçados na Coreia do Norte e morto semana passada após ser devolvido aos EUA em estado de coma, reforçou o discurso dos falcões da Casa Branca. O conselheiro de Segurança Nacional, Herbert R. McMaster, declarou que Washington tem todas as opções sobre a mesa – e que serão ativadas caso não se detectem avanços na corrida armamentista coreana. “Não aceitaremos um poder nuclear na Coreia do Norte. A ameaça é agora imediata, e não podemos repetir o mesmo enfoque fracassado de antes”, disse McMaster.

Pyongyang entrou numa temerária espiral contra Washington. Asfixiante e obsessivo, o regime aperfeiçoa seu arsenal há 20 anos para obter um míssil intercontinental que alcance os EUA. Nesse caminho, através de testes constantes e ameaçadores, conseguiu desenvolver uma bomba atômica de dois quilotons (dobro da energia liberada pela bomba de Hiroshima), cujo raio balístico já engloba a Coreia do Sul e o Japão. As tentativas do Conselho de Segurança da ONU para frear a escalada foram frustradas pela determinação quase suicida do líder supremo do país asiático, Kim Jong-un. Herdeiro de uma tirania paranoide, ele submeteu seu país a um esforço extremo que ameaça a própria sobrevivência. Para isso, traçou um cenário de terror, no qual se mostra disposto a ser varrido pela superpotência em troca de atingir seu inimigo, mesmo que por uma única vez.

Ante a situação, Trump e seus estrategistas decidiram exibir poder, mobilizar suas forças navais e pressionar a China, que absorve 90% do comércio norte-coreano. Apesar da melhora nas relações com Pequim, a Casa Branca considera que os chineses ainda não se envolveram o suficiente. Lamentou e lançou alguns dardos para persuadi-los, incluindo sanções bancárias e venda de armas a Taiwan. O gigante asiático não respondeu.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_