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Tribuna
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

O segredo para tomar boas decisões

A regra de ouro, 10-10-10, para acertar quando temos dúvidas sobre o que fazer

Estudo isto que eu gosto, ou já começo a trabalhar? Rompo um relacionamento ou o mantenho? Viver é decidir, e decidir é renunciar. É aí que surge o problema.

Costumamos nos torturar porque nos deparamos com várias opções e não temos certeza de qual delas o corpo nos pede. Ou queremos tudo, ou nada nos apetece. Ficamos cheios de dúvidas, cedemos aos impulsos e talvez mais tarde, quando olhamos para trás, nos arrependemos do que fizemos. E a solução passa por enxergar em perspectiva. Quando estamos desfolhando o mal-me-quer do que fazer, costumamos estar muito apegados ao momento presente, àquilo que nos angustia nesse momento, e esquecemos o impacto futuro. Por isso, precisamos de uma técnica simples que nos ajude a contemplar o problema a partir de outro ponto de vista mais amplo. E essa técnica pode ser o 10-10-10.

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Esse triplo 10 é a fórmula que Suzy Welch, ex-editora da Harvard Business Review, nos propõe para tomar decisões levando em conta o curto, o médio e o longo prazo. Sua ideia surgiu como resultado de precisar conciliar a vida profissional – muito bem-sucedida, sem dúvida – com o fato de ser mãe de quatro filhos. Os problemas em ambas as esferas eram tão estressantes que ela chegou à conclusão de que podemos tomar decisões muito impulsivas se não contemplarmos o médio prazo; ou que podemos nos centrar no longo, esquecendo o imediato. Por exemplo: vou a um evento social ou fico em casa sossegada? A decisão, neste caso, pode ser errada se nos deixamos levar pela responsabilidade de “ser mulher-maravilha e estar em todos os lugares” ou pela culpa.

Pergunte-se: Me sentirei mal nos próximos 10 minutos? E nos próximos 10 meses? Ou me lembrarei disso até mesmo daqui a 10 anos?

Para resolver o problema, Welch propõe que, antes de tomarmos uma decisão, filtremos segundo a regra 10-10-10. Ou seja, analisemos qual será seu impacto e quais serão as consequências nos próximos 10 minutos, nos 10 meses que estão por vir e nos futuros 10 anos. Se for ao evento, me sentirei mal nos próximos 10 minutos? E nos próximos 10 meses? Ou me lembrarei disso até mesmo daqui a 10 anos? De fato, se fizermos uma revisão das coisas que nos angustiam faz tempo, como certas provas, dizer algo incômodo ou falar em público, nos damos conta de que não é para tanto, que nossa mente exagera quando enfrenta os problemas e que quanto mais capacidade temos de adotar uma perspectiva, mais acertaremos com nossas decisões.

Em última análise, o tempo talvez seja um dos recursos mais escassos que temos. Pense que pode fazer você viver maus bocados, e antes de tomar qualquer decisão na qual se sinta em uma encruzilhada, aplique a regra 10-10-10. Responda a três perguntas simples: Que impacto essa decisão terá nos próximos 10 minutos? E dentro de 10 meses? E de 10 anos? É um bom hábito para contemplar o tempo a partir da dimensão tripla a seu favor, não contra você, e ganhar um 10.

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