Trump não quer “pessoas pobres” no seu Governo
Num comício em Iowa, o presidente defende a presença de ricos no seu gabinete
Donald Trump voltou ao ringue na noite desta quarta-feira. Rodeado de bonés com seu lema de campanha, de gente gritando “Construa o muro!” e de cartazes de apoio, o presidente, sobre um palanque armado no meio de um ginásio, se divertiu. Além de comemorar a multidão que foi vê-lo em Cedar Rapids (Iowa), sugeriu que o muro na fronteira com o México será construído com painéis solares e se defendeu das críticas por ter um dos gabinetes mais ricos da história. “Não quero uma pessoa pobre nesses cargos. Faz sentido? Eu gosto mais desse jeito.”
“Alguém me disse: ‘Por que você colocou uma pessoa tão rica à frente da economia?’ Não, sério…”, disse Trump, em tom burlesco. “É o tipo de mentalidade que queremos, estão representando o país, tiveram que deixar muita coisa de lado para assumir esses trabalhos”, acrescentou, elogiando Wilbur Ross, o secretário de Comércio, definido pelo presidente como “o legendário gênio de Wall Street”. Também mencionou Gary Cohn, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, que chegou ao Governo vindo do banco Goldman Sachs.
“São gente que tem grandes mentes empresariais, e é disso que precisamos. É o que temos que ter. Não podemos deixar que o mundo se aproveite de nós”, defendeu o presidente, que é um bilionário magnata do setor imobiliário. “Amo todas as pessoas, ricas e pobres”, alegou, observando, porém, que quando se trata do seu gabinete ele prefere os abastados.
O presidente voltou, por uma tarde, ao seu ambiente de campanha, esse que tanto adora e onde tanto é amado. Interrompendo-se a si mesmo, sem completar suas frases, Trump repetiu os bordões habituais. Durante mais de dois minutos, deu voltas no palanque. Olhou, apontou e repetiu sem cessar seu assombro pela “grande participação”. Depois, o republicano retornou a Washington, onde sua popularidade é baixa, e seu principal canal de comunicação é o Twitter.
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