Triste fim para o herói do skate que enfrentou os terroristas em Londres
Depois de quatro dias, corpo de espanhol que morreu quando tentava defender uma mulher é encontrado
A imprensa britânica o chamou de “o herói do skate” e sua família o procurava desesperadamente há quatro dias. Ignacio Echeverría, um advogado espanhol de 39 anos, enfrentou os terroristas de Londres para defender uma mulher que estava sendo atacada. Sua família já temia o pior depois de quatro dias de uma busca angustiante sem que ninguém desse pistas sobre seu paradeiro. “Ignacio não sobreviveu no momento do atentado”, anunciou com muita dor Ana Echeverría, uma de suas irmãs, nesta quarta-feira, depois que as autoridades britânicas confirmaram terem identificado o corpo. Seu caso e a gestão das identificações dos oito mortos no atentado atraíram os holofotes para a atuação das autoridades britânicas e provocou críticas do Governo espanhol.
Ignacio morava em Londres há um ano, onde trabalhava no banco HSBC como analista de prevenção de lavagem de dinheiro. Foi visto pela última vez no sábado na região de Borough Market, cenário dos ataques. Tinha ido andar de skate com dois amigos espanhóis em um parque e voltavam de bicicleta. Guillermo Sánchez, um dos amigos que o acompanhavam, conta que de repente se viram diante de um homem que cambaleava e parecia estar embriagado. Isso foi o que os deteve. Foi aí que viram se aproximar o que, a princípio, parecia uma briga. Um instante depois, um policial passou correndo, alcançou o tumulto e caiu desmaiado. Perceberam que uma mulher estava sendo atacada. “Eu estava olhando para ela e, de repente, vi que Ignacio já estava ali e começou a bater neles com o skate”, recorda Sánchez. “E aí ele caiu no chão”. Guillermo se aproximou de onde seu amigo estava deitado, de costas, e viu quando um dos criminosos o atingia com uma facada na lateral do tronco. “A última coisa que me lembro é de Ignacio consciente, caído de costas e agarrando o skate”, afirma Guillermo, que atirou sua bicicleta contra os terroristas e saiu correndo.
Após os acontecimentos do sábado, a família de Ignacio Echeverría percorreu os hospitais onde estão internados os feridos nos ataques, mas os locais se encontram interditados e não lhes foi permitido entrar. Começavam assim quatro dias de espera angustiante e desinformação por parte das autoridades britânicas, segundo denúncias da família. No domingo, a polícia britânica recebeu as impressões digitais de Echeverría. Não foram suficientes para confirmar sua identidade. Na segunda-feira, pediram amostras de DNA. A família denunciou que em momento algum do processo teve autorização para ver os corpos das vítimas não identificadas para verificar se um deles era o de Ignacio. Nesta quarta-feira, antes da confirmação oficial de que Ignacio era um dos falecidos, o ministro espanhol de Relações Exteriores, Alfonso Dastis, expressou seu descontentamento e “certa perplexidade” pela demora das informações. “Realmente é difícil compreender esse atraso”, disse.
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