ETA abandona definitivamente a violência ao entregar toneladas de armas e explosivos
Observadores internacionais confirmam entrega da localização de oito depósitos do grupo terrorista
O grupo terrorista ETA, que prega a separação do País Basco do resto da Espanha, informou a localização de oito depósitos com armamento, segundo fontes do combate antiterrorismo. Nos esconderijos há 118 pistolas, rifles e armas automáticas, 2.875 quilos de explosivos e 25.700 peças de detonação e munição, segundo o jornal The Guardian. Michel Tubiana e Mixel Berhocoirigoin, dois dos chamados “ourives da paz”, afirmaram que as forças de segurança francesas já encerraram o trabalho de comprovação em dois esconderijos e que há 20 mediadores civis em cada depósito para ajudar na localização. “As coisas vão bem até agora. Não houve nenhum incidente e esperamos que fique assim”, disse Berhocoirigoin.
Os artífices não quiseram dar mais detalhes sobre os esconderijos nem sobre as armas encontradas. “Não é nossa missão. O importante é que o ETA está desarmado”, disseram.
O presidente da Comissão Internacional de Verificação, Ram Mannikkalingam, foi no início da manhã deste sábado a Bayona (França) para confirmar o envio pelos mediadores civis das informações sobre a localização dos arsenais do ETA nesse país e seu repasse às autoridades francesas. “Eles vão pegar e guardar o arsenal”, informou a diversos veículos de comunicação.
As mesmas fontes indicam que os pontos em que estão as armas do grupo foram depois informados a um promotor francês. Outros relatos eram de que a prefeitura podia ter uma lista de 12 endereços diferentes.
A CIV não informou a quantidade de armas e munição que o ETA entregou, limitando-se a informar que os mediadores escolhidos pelo grupo entregaram a informação com a geolocalização dos esconderijos durante ato realizado na prefeitura de Bayona, na presença de Mateo Zupi, Harold Good, representantes religiosos, e de Jean Noel Etcheverry, um dos autodenominados “artesãos da paz”.
Manikkalingam quis ressaltar a importância desse “passo histórico”, que deve contribuir para “consolidar a paz e o convívio no País Basco”. A entrega da informação sobre os locais por parte dos mediadores civis aos observadores, acrescentou Manikkalingam, “constitui o desarmamento do ETA”. E indicou que a comissão que preside “não está envolvida” na fase iniciada agora.
O comunicado do ETA, divulgado pela BBC na madrugada da sexta-feira, no qual o grupo terrorista se definia como “organização desarmada”, pôs em movimento o trecho final de seu desarme. O comunicado do ETA oficializou a perda do controle sobre seu armamento e sua transferência para o Comitê Internacional de Verificação.
O ETA informou, antes do desarme, que não controla todos os depósitos de armas, especialmente os mais antigos. E parte importante de seu armamento foi confiscada, inclusive nesses cinco anos de cessação definitiva do terrorismo, pelas forças de segurança. Outra parte se estragou por falta de uso. Mesmo assim, serão centenas de armas postas pelo ETA nas mãos da Justiça francesa. As estimativas das diferentes polícias — forças de segurança francesas, espanholas e a Ertzaintza — basicamente coincidem e parecem no geral ajustadas ao material do Comitê Internacional de Verificação.
Além disso, a Promotoria da Suprema Corte pretende investigar o arsenal entregue pelo ETA nas últimas horas na França. O Ministério Público quer checar se o grupo cometeu com essas armas algum dos mais de 300 assassinatos ainda sem solução.
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