Forças iraquianas recuperam a sede do Governo em Mossul
Soldados também tomam do Estado Islâmico o museu arqueológico e uma ponte sobre o rio Tigre, no oeste da cidade


As forças conjuntas iraquianas tomaram nesta terça-feira do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) o complexo em Mossul onde se encontra a sede do governo da província de Nínive, segundo informou um alto comando militar. Mossul, a segunda cidade mais importante do Iraque, é a capital de Nínive. Após intensos confrontos com os jihadistas, as tropas da Polícia Federal conseguiram assumir o controle sobre o edifício, onde também se encontram a sede policial, os tribunais e os escritórios da companhia de água, afirmou o comandante da força, Raid Shaker Yaudat.
O complexo governamental, o mais importante dessa cidade do norte do Iraque, se encontra na margem oeste do rio Tigre e às portas da parte antiga da cidade, a área com maior densidade populacional de Mossul.
A cidade velha é a área que os militares acreditam ser a mais complicada para retomar, por causa de suas ruas estreitas, que impedem a passagem dos veículos blindados. Também está diante do acesso à ponte Al Hurriya (Ponte da Liberdade), que desde a segunda-feira está sob o controle das forças governamentais, em ambas as margens. Esta é a segunda das cinco pontes de Mossul tomadas nos dois lados pelas tropas iraquianas, apesar de todas elas estarem praticamente destruídas.
Além disso, as forças de segurança iraquianas retomaram o museu de Mossul, onde há dois anos, em fevereiro de 2015, jihadistas do EI destruíram a marteladas várias estátuas milenares. “As unidades da polícia federal retomaram o museu arqueológico”, afirmou o comandante Yaudat.
A ofensiva na parte ocidental de Mosul se prolonga há duas semanas, enquanto os bairros a leste do rio Tigre foram completamente liberados em janeiro. Nesse período, mais de 57.000 pessoas se viram obrigadas a fugir, segundo os dados mais recentes do Ministério de Migrações iraquiano.
Mossul é a cidade mais povoada sob o controle do EI, que em 2014 fez dela a capital iraquiana de seu autoproclamado califado. A ONU calcula que pelo menos 245.000 podem deixar a metade ocidental de Mossul, onde acredita-se que estavam retidos cerca de 750.000 civis antes da irrupção das tropas.