_
_
_
_

Em 10 dias, 45.000 iraquianos fogem dos combates no oeste de Mossul

OIM informa que subiu para 206.000 o número de deslocados desde o início da ofensiva, em outubro

Ángeles Espinosa
Homem foge com a filha de um lugar controlado pelo Estado Islâmico em Mossul, no sábado.
Homem foge com a filha de um lugar controlado pelo Estado Islâmico em Mossul, no sábado.REUTERS

Nos últimos 10 dias, cerca de 45.000 pessoas abandonaram o oeste de Mossul, à medida que as forças iraquianas intensificavam os ataques ao Estado Islâmico (EI), segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Enquanto isso, o Exército do Iraque reiniciou neste domingo a ofensiva sobre o núcleo urbano da cidade, após uma interrupção de dois dias por causa das condições atmosféricas. A intensa nebulosidade impedia o apoio aéreo da coalizão internacional.

A fonte para a cifra de 43.920 novos deslocados é o último gráfico divulgado pela OIM, que eleva para 206.520 o número de pessoas que fugiram dos combates desde o início da ofensiva, em outubro passado. A contagem prévia havia sido de 162.600, após a conclusão da tomada do leste da cidade, no final de janeiro. A organização contabiliza os que chegam aos acampamentos para deslocados internos.

A fuga de civis de Mossul aumenta à medida que os combates se aproximam da cidade velha, a parte mais densamente povoada e onde ainda se estima que haja 700.000 habitantes. Os primeiros a escapar do oeste começaram a chegar seis dias depois do início do assalto à faixa oeste, em 19 de fevereiro. Somente no dia 28, foram registradas pelo menos 17.000 pessoas, além de outras 13.000 em 3 de março, justo antes da interrupção por mau tempo.

As Nações Unidas haviam advertido que até 400.000 moradores tentariam fugir. O risco de que a previsão se cumpra levou as organizações humanitárias a mostrar preocupação com a falta de espaço nos acampamentos que acolhem as vítimas. O ministro iraquiano de Deslocamento e Migração, Jassem Mohammed al-Jaff, abordou problema no último sábado, numa crítica pouco velada à ONU.

Mais informações
“Lutem até a última gota de sangue. Avante!”
A vida sob a violência e o fanatismo do Estado Islâmico

"Infelizmente, há um claro déficit no trabalho dessas agências [da ONU]”, declarou em nota.

A coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande, respondeu ao ministro de forma imediata, dizendo que os deslocados são “a principal prioridade” de sua equipe. Há cinco meses, quando a ofensiva começou, diversas agências das Nações Unidas oferecem alojamento, comida e outros tipos de ajuda aos que fogem dos combates, advertindo sobre os poucos recursos de que dispõem. Apesar disso, e felizmente, seus cálculos de 1,2 milhão de deslocados não se cumpriram. Por outro lado, a ONU elevou para 12 o número de pessoas que escaparam de Mossul e são atendidas por uma possível exposição a agentes químicos.

Agora, quando se aproxima a batalha final, o esforço humanitário tem pela frente outra prova de fogo. A concentração de edifícios e, em consequência, a densidade populacional dificultam os bombardeios e aumentam o perigo de causar vítimas entre os civis. Os jornalistas locais que acompanham as forças iraquianas relatam uma forte resistência com uso de morteiros, armas automáticas e franco-atiradores.

Apesar de tudo, as unidades de Resposta Rápida já estão perto do complexo governamental onde funcionam o Governo de Nínive e a Assembleia provincial. Um porta-voz desse corpo de elite do Ministério do Interior, o tenente coronel Abdel Amir al-Mohammadawi, informou a Reuters que os efetivos devem conquistá-lo nesta segunda-feira, o que significaria outro marco importante na liberação de Mossul.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_