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Trump promete medidas alternativas após suspensão do veto migratório

Casa Branca planeja elaborar outra ordem executiva para salvar parte das medidas bloqueadas

Amanda Mars
Donald Trump, durante entrevista coletiva com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.
Donald Trump, durante entrevista coletiva com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.MICHAEL REYNOLDS (EFE)

O presidente de Estados Unidos, Donald Trump, garantiu na sexta-feira que tomará as medidas que sejam necessárias para "manter o país seguro" depois do bloqueio judicial de seu controverso veto a imigrantes. Ele não explicou de que se tratam as medidas, mas afirmou que elas serão divulgadas em breve. O empresário nova-iorquino já conheceu os limites do poder presidencial: em menos de 24 horas, a Justiça derrubou uma de suas principais medidas, e a China o fez comprometer-se a manter a política de "uma só China".

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A Casa Branca planeja agora elaborar outra ordem executiva, segundo informações da agência Associated Press, com o objetivo de salvar uma parte da medidas. E estuda, paralelamente, a hipótese de recorrer da decisão judicial no Supremo Tribunal.

Muitos eleitores optaram por Trump porque ele não era um político, mas sim um homem de negócios, e consideravam que os Estados Unidos deviam ser gerenciados como uma empresa, para que o país se recuperasse. Depois de 20 dias de mandato, Trump já comprovou que a força do sistema às vezes se impõe. A Justiça freou sua medida de maior repercussão e mais polêmica até agora: a ordem migratória que, em resumo, impedia temporariamente a entrada nos Estados Unidos de cidadão de sete países de maioria muçulmana, como medida de precaução diante da ameaça terrorista, enquanto o país reforçava os mecanismos de controle. O republicano prometeu que vai contra-atacar com outras ações.

"Faremos algo muito rapidamente. Algo que tem a ver com dar mais segurança ao nosso país. Na semana que vem vocês verão", disse durante entrevista coletiva na Casa Branca. O republicano estava junto do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, no dia seguinte ao que a Corte de Apelações de São Francisco havia congelado o decreto. A paralisação, contudo, não decide o fator-chave da questão – se a medida é constitucional ou se é discriminação religiosa –, mas fica em vigor enquanto a Justiça resolve o assunto.

Na sexta-feira, Trump não criticou os juízes, ao contrário de outros dias, quando ele havia acusado os magistrados de estarem agindo de forma política, e os apontou como responsáveis caso os Estados Unidos sofressem algum ataque a partir de agora. O empresário, no entanto, disse ter certeza de que, no fim das contas, sua vontade vai se impor. "Não tenho dúvidas de que ganharemos o caso nos tribunais", disse. "Existem ameaças enormes à nossa nação e não vamos permitir que isso aconteça", concluiu.

Os advogados do republicano alegaram que os juízes não podem interferir nas decisões presidenciais sobre segurança, mas os magistrados desqualificaram o argumento. Os tribunais também já frearam medidas importantes de Barack Obama, como o plano de medidas contra a mudança climática e sua reforma migratória.

Resta saber se será a Suprema Corte que tomará a decisão final. O tribunal é formado, atualmente por quatro juízes considerados progressistas e quatro conservadores, além de Neil Gorsuch, um conservador tradicional indicado por Trump, que daria o voto de desempate; no entanto, ele não poderá intervir nesta questão, porque ainda não terá assumido oficialmente o cargo.

O decreto de Donald Trump proibia, durante 90 dias, a entrada de cidadãos de Iraque, Irã, Somália, Sudão Líbia, Iêmen e Síria – países identificados como de risco – e congelava por 120 dias a entrada de refugiados. O presidente aprovou a medida no dia 27 de janeiro, uma sexta-feira, e pelo menos 60.000 vistos foram revogados durante os poucos dias em que a ação esteve em vigor, de acordo com dados oficiais. Agora, o veto está suspenso, mas o temor dos cidadãos afetados continua, à espera dos próximos passos do presidente.

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