‘A Bailarina’: O movimento e o algoritmo
As profundas debilidades do filme ficam evidentes quando os personagens dançam, em movimentos que pouco lembram a graciosa leveza da dança
Norman McLaren afirmava que o cinema de animação não era a arte dos desenhos em movimento, mas a arte do movimento que é desenhado. Embora algumas das obras mais experimentais de McLaren poderiam ser apresentadas como uma ilustração precisa dessa nuance, a ideia serve para entender a própria essência dessa linguagem expressiva, de suas manifestações mais abstratas até as apoiadas em estéticas figurativas sustentadas na caracterização de personagens através do gesto (desenhado). Seria, portanto, uma ousadia colocar o título de A Bailarina em um filme de animação sem ter aprendido a lição de McLaren – ou, pelo menos, sem ter o respeito suficiente – e, no entanto, foi isso que aconteceu.
Assinada por Eric Summer e Éric Warin – apenas este último vem do campo da animação –, A Bailarina é um filme de texturas luxuosas e grandiloquentes movimentos da câmera virtual, criados para realçar a grandiosidade dos cenários. O enredo possui alguns detalhes inesperados que passam por certa amoralidade nas ações de sua heroína, capaz de fingir ser outra pessoa para atingir os objetivos que ela acha que são negados por pura questão de classe.
A BAILARINA
Direção: Eric Summer e Éric Warin.
Gênero: Animação musical. França, 2016.
Duração: 89 minutos.
Estreia no Brasil: 26 de Janeiro de 2017.
As profundas debilidades do filme aparecem quando os personagens se movem e, especialmente, quando dançam, sujeitos a movimentos que pouco lembram a leveza graciosa dos corpos na dança clássica e que, em vez disso, mostram as limitações de certa animação digital quando amarra às cadeias do algoritmo a liberdade do traço do artista artesão.
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